CARDÁPIO
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Gravatinha ao molho de taioba
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Tous les matins du monde
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Dicionário visual on-line: seus problemas acabaram!
Direções em francês
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
McDonald's de graça!!
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sexta-feira, 7 de agosto de 2009
CONCURSO "Vídeo da menininha e sua história abismal"
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Traição no Texas
terça-feira, 23 de junho de 2009
Diploma de jornalista
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Lembro-me, sem saudade, de alguns professores “morcegos” e de outros, como os de Economia e de Psicologia, que nos davam aula porque eram proibidos de ensinar os alunos de seus respectivos departamentos. Também não esqueço de nosso laboratório mal-equipado e da imensa facilidade com que alguns colegas pouco aplicados tiravam 10. Em meus pesadelos, ainda me recordo de quando fazíamos uma disciplina chamada “Expressão oral e escrita em jornalismo 1”: nossa “prática”, no laboratório, consistia em adaptar notas de jornal impresso para texto de TV. Foi a mesma coisa durante todo o semestre. E a professora nunca simpatizava com o que eu escrevia. Se fosse só eu não saber escrever para TV, até que vá, eu realmente acho que não dava pra coisa, mas o problema é que ela continuava em pé do meu lado, batia palmas para chamar a atenção de toda a turma e berrava: “Olha, gente, isso aqui não pode fazer, não: o colega de vocês escreveu portanto no texto dele”. Em meus tempos de escola primária, nunca fiquei de castigo ajoelhado em cima de grãos de milho nem usei orelhas de burro, mas acho que aqueles constrangimentos semanais me deram uma ideia precisa de qual deve ser a sensação.
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Evidentemente, o curso teve muitos pontos positivos, especialmente no que se refere às disciplinas não-específicas da área de jornalismo: psicologia, filosofia, antropologia, estética da arte... Mas gostei muito de fotografia e de teoria da comunicação, também. Por outro lado, depois que saí, o currículo do curso foi reformulado e o laboratório foi reequipado.
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De qualquer forma, o que mais me interessa é como mudei de lá para cá: durante aqueles meus primeiros semestres de Ufes, estava convicto de que era marxista-comunista e, se a exigência de diploma fosse revogada naquela época, tenho certeza de que eu praguejaria contra “o governo neoliberal que está lesando os direitos da classe jornalística para beneficiar o baronato da mídia”. (Acho que, se tivesse a oportunidade, também participaria de uma passeata ostentando bótons de “Fora FHC, fora FMI”.)
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Ontem, no entanto, na fila do supermercado, folheio a Veja e olho o editorial, que se posiciona a favor da medida do STF: segundo a revista, a exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista era uma herança da ditadura militar (foi implementada em 1969, o que já é bastante significativo) e cerceava o direito à livre expressão. Convém lembrar que semelhante exigência não existe em países como Alemanha, Argentina, Austrália, Bélgica, Chile, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália, Japão, Reino Unido, Suécia e Suíça. E que a não-obrigatoriedade do diploma não diminui necessariamente o valor de mercado da formação em jornalismo (mas certamente não estimula a criação de 200 faculdades de fundo de quintal).
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Na edição de hoje de A Gazeta, li um texto que tratava de uma manifestação de estudantes de jornalismo que, naturalmente, se opunham ao fim daquela reserva de mercado. O jornalista que assinava o texto não escondia uma certa simpatia pelos “protestos pelo fim da exigência de diploma”. Isso mesmo. Protestos pelo - e não contra o fim da exigência, como ele escreveu, corretamente, algumas linhas abaixo. Uma parte cruel de meu ser sussurrou: “São necessários quatro anos de estudo para escrever de modo desatento?”
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Afastei esse pensamento antipático, mas acabei me lembrando de meus tempos de estudante e concordei com a Veja, pensando com meus botões: “Quem sabe agora os jornais não vão melhorar?”
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Pronomes repetitivos
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Gostaria, aqui, de abordar um pouco os pronomes franceses. O assunto pode parecer meio árido e, muitas vezes, é abordado apenas com exercícios mecânicos (ainda que, sinceramente, eu não veja muito como mudar isso). Mas o interessante é notar como o português brasileiro e o francês têm comportamentos completamente diferentes nesse ponto. Nós, brasileiros, costumamos deixar vazia a posição do pronome objeto direto:
– Você viu Jean-Pierre ontem? – Sim, eu vi. (– Est-ce que tu as vu Jean-Pierre hier ? – Oui, je l’ai vu.)
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“Eu vi”, em que o pronome objeto simplesmente desaparece, é uma alternativa encontrada por grande parte dos brasileiros para evitar a forma “certa” (“sim, eu o vi”), que soa artificial ou pedante, e a forma “eu vi ele”, que é estigmatizada e, portanto, freqüentemente evitada por falantes escolarizados. (Curiosamente, muitas das pessoas que debocham de quem diz “eu vi ele” dizem “eu vi ele chegando”, ainda que não percebam ou não admitam – é uma contradição engraçada, mas vamos deixar esse assunto para outro dia; digamos apenas que, cientificamente falando, não há nada de escandaloso em “eu vi ele”.)
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Em francês, por outro lado, o uso dos pronomes complemento de objeto direto (COD) é corriqueiro. Na língua falada, eles têm até tendência a se multiplicar “desnecessariamente” (digo entre aspas porque, se o falante repete algo, ele tem um motivo). Nas frases abaixo, observe a repetição do OD:
Je ne le connais pas, ton frère. (“Eu não o conheço, seu irmão.”)
Ces livres-là, tu peux les emprunter, si tu veux. (“Aqueles livros, você pode pegá-los emprestados, se quiser.”)
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Ter consciência dessa repetição pode ser decisivo para interpretar corretamente um enunciado como Simone, je la connais bien (literalmente “Simone, conheço-a bem”), em que “Simone” pode não ser um vocativo e sim um complemento de objeto direto deslocado de sua posição habitual e repetido pelo pronome. Ou seja, posso não estar falando com ela, mas falando dela (o contexto se encarrega de tirar qualquer dúvida).
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Em português coloquial, o complemento de objeto indireto (COI) de 3ª pessoa costuma ser retomado por um pronome precedido de preposição, em vez dos pronomes lhe, lhes (que, entre nós, só aparecem na escrita): “Eu fui jantar na casa de Julie e Pascal e levei uma garrafa de vinho para eles” (“lhes levei uma garrafa de vinho” sairia muito forçado em qualquer conversa). Em francês, lui e leur apareceriam tranquilamente, sem ares de linguagem rebuscada.
Je suis allé dîner chez Julie et Pascal et je leur ai apporté une bouteille de vin.
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Aliás, a tendência à redundância também se observa com os pronomes lui, leur.
Je lui ai dit à Céline qu’elle allait arriver en retard. (“Eu disse pra Céline que ela ia chegar atrasada.”)
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Na verdade, o francês oral / informal possui várias marcas redundantes como essa. Quando estudamos os pronoms toniques, infelizmente, raramente temos tempo de mostrar aos alunos como eles são importantes para esse tipo de repetição reiteradora. Vão alguns exemplos, seguidos de traduções literais:
Hans est allemand, mais Pierre, lui, il est français (“Hans é alemão, mas Pierre, ele, ele é francês.”)
Il est arrivé en retard, lui. (“Ele chegou atrasado, ele.”)
Je ne t’ai pas vu, toi. (“Eu não te vi, você.”)
J’irais bien à la plage, moi. (“Eu iria com prazer à praia, eu.”)
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Os famosos pronomes y e en também não escapam. Terror dos alunos do B3, esses pronomes, apresentados como recursos que permitem evitar repetições, aparecem frequentemente em construções que, montadas de outra forma, os dispensariam:
Les parfumeries, je n’y mets jamais les pieds sous peine d’une migraine aiguë (o que poderia ser dito de modo mais direto: Je ne mets jamais les pieds dans les parfumeries... “Eu nunca ponho os pés em uma perfumaria, para não sofrer de uma enxaqueca aguda”)
Le chocolat, j’en mange très peu, mais j’adore ça (ou Je mange très peu de chocolat... “Eu como muito pouco chocolate, mas eu adoro”)
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Evidentemente, tanto essas repetições com os pronomes y e en quanto aquelas com os pronomes COD ou COI ou com os pronoms toniques não são obrigatórias; na verdade, correspondem mais à necessidade que às vezes se tem, na fala, de destacar algum elemento, deslocando-o e repetindo-o. O mesmo fenômeno existe em português, mas com palavras diferentes.
“Quem quiser ir ao museu hoje à tarde deve pegar o ingresso com Denise.”
“Onde eu nasci, não tem guerra.”
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Em francês, qui e où só podem ser usados em início de frase interrogativa: Qui est-ce ? (“Quem é?”); Où habitez-vous ? (“Onde você mora?”). Só em provérbios (linguagem antiga, portanto) encontramos qui em construções como a do português:
Qui ne dit mot consent (“Quem cala consente”), Qui ne risque rien n’a rien (“Quem não arrisca não petisca”), Qui se sent morveux se mouche (literalmente, “Quem se sentir encatarrado que assoe o nariz”: o nosso “Se a carapuça servir...”) e muitos outros.
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Os exemplos acima, para serem naturais em francês, deveriam ser:
Ceux qui veulent aller au musée cet après-midi doivent prendre le ticket d’entrée avec Denise. (Aqui você vê que os pronomes demonstrativos servem para muito mais coisa do que você pensava!)
Là où je suis né, il n’y a pas de guerre.
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Essa última frase, aliás, é tirada de uma música de Camille Dalmais: Là où je suis née (a letra está nos comentários). É meio paradinha, mas muito bonita, e permite ver, nos vídeos relacionados, outras canções dessa cantora, todas bem diferentes entre si e às vezes muito loucas. Recomendaria especialmente Paris, Ta douleur e Les ex. É com Camille que eu me despeço, pedindo desculpas se fui muito repetitivo.
sábado, 23 de maio de 2009
"Le radeau", de Mathieu Chedid
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Lula com shiitake e geleia

4 lulas inteiras
Shiitake cortado em tiras
Salsão (aipo) cortado em rodelas
Geleia – de preferência, sem muito açúcar e à base de alguma fruta escura (morango, cassis, jabuticaba etc.)
Gengibre picado fino
Alho picado fino
Shoyu diluído em um pouco d’água
Uma colher de café de maisena (com s: lembre-se que Maizena, com z, é a grafia antiga, que permaneceu como marca registrada da Duryea)
Pimenta síria
Sal e pimenta-do-reino
¼ de um tablete de manteiga (50g)
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Brócolis cozido no vapor e pão para acompanhar
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Preparo
Trate as lulas: retire, com muito cuidado, a tinta, que se localiza naquelas duas bolinhas que parecem olhos. Retire da “cabeça” dela uma certa massa gordurosa, caso encontre (parece uma gelatina sem cor). Já encontrei surpresas curiosas, como um peixe inteiro ou até um caranguejinho qua a lula comeu. Lave e, em seguida, deslize a ponta do dedo por dentro da lula até achar uma espécie de cartilagem: é a “espinha”. Puxe-a delicadamente, para que ela não quebre. Se você não conseguir tirar tudo e ainda sobrar um pedaço, fique tranquilo, porque não espeta. Só vai fazer um “croc-croc” desagradável na hora de comer.
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Numa frigideira de fundo grosso, doure o alho e o gengibre em metade da manteiga e refogue o shiitake com o salsão. Reserve. Tempere as lulas com o sal e as pimentas e, na mesma frigideira, passe-as no restante da manteiga até que amaciem (a lula costuma ser bem mais macia do que o polvo, e o cozimento excessivo deixa a carne dura).
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Acenda o forno a 200° C. Com uma colher pequena e muita delicadeza, recheie as lulas com o refogado de shiitake e salsão. Unte um refratário com manteiga ou azeite e forre-o com pedaços de brócolis. Disponha as lulas por cima e leve ao forno para aquecer (5 minutos no máximo).
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Volte à frigideira para fazer o molho: misture o shoyu com a maisena e leve ao fogo, mexendo até começar a engrossar. Acrescente a geleia e misture bem. Sirva imediatamente, acompanhado de pão (que serve para puxar o molho do prato, “técnica” francesa chamada tremper son pain).
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Jô Soares entrevista Michel Legrand
Abertura (escute com fones de ouvido para apreciar melhor)
2ª parte
terça-feira, 12 de maio de 2009
Minha religião
Ateu militante
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A ideia por trás do debochinho era, provavelmente, que defender publicamente o ateísmo, como faz Dawkins, é um contra-senso, que seria um proselitismo igual ao das religiões. Em reação ao crescente movimento de autoafirmação dos ateus, alguns soltam a pérola: o ateísmo é uma religião como as outras. Numa de minhas andanças pela Internet, encontrei essa resposta magistral: “afirmar que o ateísmo é uma religião é o mesmo que dizer que calvície é uma cor de cabelo ou que sedentarismo é um esporte”. Na mosca!
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Ateu militante (sem aspas, uma vez que me considero um) é aquele que luta contra o preconceito de que são vítimas os que não compartilham das crenças dominantes e que considera importante defender o Estado laico das investidas dos grupos religiosos.
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Segundo: sem um Estado verdadeiramente laico, não há democracia. Deixo, aqui, de lutar contra o preconceito para lutar apenas pelo respeito à constituição. O avanço dos grupos religiosos na política leva a bizarrices como o caso de algumas escolas públicas americanas que ensinam o criacionismo ao lado da teoria da evolução ou até no lugar dela. Para um caso extremo, basta citar o Irã. A questão é importante e menos complicada do que gostam de pintar: a oposição de muitos grupos cristãos ao desenvolvimento de pesquisas com células-tronco embrionárias pode, no futuro, fazer com que eu (ou você) fique privado de um tratamento médico adequado. Que poderia ter sido desenvolvido caso as pesquisas não tivessem sido barradas por conta de dogmas que não se justificam aos olhos da lei. (Hoje, até onde sei, as pesquisas estão liberadas, mas tenho certeza de que a galerinha do “pró-vida” não vai deixar barato.)
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Poderia mencionar que nenhum ateu entra em ônibus para fazer pregação nem diz que as pessoas que creem vão arder nas chamas do inferno. Poderia dizer que o fato de acreditar que a vida é uma só me inspira a basear minha vida numa moralidade racional e a buscar o que é verdadeiramente essencial na vida: amor e amizade. Poderia explicar diversos efeitos negativos dos dogmas religiosos (guerras, intolerância, discriminação, violência simbólica...).
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Mas vai que você me diz que estou parecendo um crente tentando arrebanhar fiéis?
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Feijoada sem frescura
A feijoada à la Sandrrô, explicada numa verdadeira superprodução. Lembre-se que a feijoada nasceu na senzala: era o feijão que os escravos comiam, enriquecido com farinha e algumas partes consideradas "menos nobres" do porco: pé, orelha e rabo. Linguiça e bacon foram acrescentados bem mais tarde, quando o prato passou a frequentar mesas mais abastadas.
O conceito de cortes "nobres" (que seriam as partes mais carnudas e mais macias do animal) é arbitrário e as pessoas que torcem o nariz para algumas partes do boi ou do porco deixam claro que têm um paladar limitado e que não entendem de cozinha. É um erro, por exemplo, pensar que filé mignon é melhor do que músculo ou bucho (ok, "dobradinha", se você prefere). O filé é, evidentemente, o corte ideal para fazer bife (que, para valer a pena, deve ser grosso e malpassado); músculo é melhor para fazer ensopado; e bucho é muito gostoso. Se você nunca comeu, não sabe o que está perdendo; se já comeu e não gostou, azar o seu de ser fresco!
No caso da feijoada, o rabo, a orelha e o pé conferem ao prato seu aroma característico. Além disso, a "gelatina" do pé, quando bem cozida, derrete na boca e dá ao caldo uma untuosidade e um aveludado maravilhosos. É isso aí: feijoada é coisa muito fina, meu irmão. Não fica devendo nada à paella ou a qualquer prato tradicional da cozinha francesa.
Resumindo a história: feijoada que só tem bacon, linguiça e carne seca não passa de feijão enfeitado!
segunda-feira, 4 de maio de 2009
"As aventuras de Molière" (e algumas observações sobre vocabulário)
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Aqui você confere o trailer:
Na história, provavelmente fictícia, vemos qual teria sido a inspiração para dois dos maiores textos de Molière: Tartuffe e Le bourgeois gentilhomme. Aqueles que tiverem mais conhecimento de francês poderão, também, saborear um pouco a linguagem do século 17. Seguem alguns exemplos:
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Sieur, em vez de monsieur.
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Fort bien, forma hoje erudita de très bien.
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Présent (presente, no sentido de “presente de aniversário”), e não cadeau – présent com esse sentido é, atualmente, um termo literário.
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Baiser no sentido de “beijar”. É bom não confundir: ao passo que un baiser (substantivo masculino) realmente se traduz como “um beijo”, o verbo baiser (transitivo direto ou intransitivo) significa... como dizê-lo de maneira elegante? “Ter uma relação sexual com”. E não é um termo bonitinho como faire l’amour. Na verdade, faz parte de um grupo que inclui outros verbos que chocam ouvidos sensíveis, como niquer, enfiler, enculer, miser ou tringler. A evolução do termo baiser é explicada nesse pequeno vídeo de Bernard Cerquiglini (Merci professeur, no site da TV5). Já na época de Molière, como nos explica Cerquiglini, baiser tinha dois sentidos, o que era evidentemente fonte de humor.
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Para “beijar”, diz-se embrasser ou donner un bisou, mas baiser é usado quando se trata de beijar uma parte do corpo (estou pensando na mão ou na testa!) – Elle m’a baisé la main – embora me pareça preferível dizer Elle m’a donné un bisou sur la main, para evitar mal-entendidos. O substantivo masculino baisemain designa, assim, o gesto atualmente um pouco raro de beijar a mão de alguém, mas o substantivo feminino baise corresponde a algo que não se pode fazer em público. Faire la bise (bise e não baise, cuidado!) é dar aquele cumprimento dos três beijinhos (que podem ser dois, três ou até quatro na França, sendo que não se costuma necessariamente abraçar a pessoa). Um bisou é um “beijinho”, e se enviamos uma carta a uma pessoa íntima, podemos concluir com Bisous ou Je t’embrasse.
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Para “abraçar” (que, na época de Molière, se dizia embrasser), temos serrer (ou serrer dans les bras) e étreindre (de onde sai o substantivo feminino étreinte, “abraço” – accolade é um termo que nunca vi um francês usar e que me parece um tanto antigo). Mas se você escrever uma carta amigável e tiver vontade de encontrar um equivalente ao nosso “Um abraço”, não caia na tentação de dizer Je t’étreins ou Je te serre. A pessoa pode achar que se trata de assédio sexual! Contente-se com algo menos “colante”, como Amitiés, Cordialement, Bien à vous ou simplesmente... À bientôt.
François Ozon (1): "Oito mulheres"
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1998 : Sitcom
1998 : Les Amants criminels
1999 : Gouttes d'eau sur pierres brûlantes
2000 : Sous le sable
2001 : Huit Femmes
2003 : Swimming Pool
2004 : 5×2 (lê-se “Cinq sur deux”)
2005 : Le Temps qui reste
2006 : Angel
2009 : Ricky
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Hoje, gostaria de apresentar “8 mulheres” (Huit femmes), mistura de comédia, suspense e musical (as atrizes interpretam clássicos da música francesa). Confira o trailer. A narração em francês é bastante clara, mas, se você tiver alguma dificuldade para entender, é só conferir as legendas:
Aqui você confere um trailer mais completo (infelizmente, a incorporação estava desativada):
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Pile ou face (Cara ou coroa), com Emmanuelle Béart:
Papa t’es plus dans le coup (Papai, cê tá por fora), com Ludivine Sagnier:
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Edward Current
God only SEEMS nonexistent!
cartesiano
...................não sou eu mesmo nem outro
...................não sou verdadeiro
................e não sou falso
........................o espaço branco dentro de mim
........é um olho que calcula, anota e simula,
..........dentro de uma redoma de vidro,
...esperando talvez capturar-se a si mesmo
....................................................a si esmo
.......................................................um dia
não me dou conta, mas contas,
................e conto e conto para mim mesmo,
.....................onde quer que eu esteja,
...........................o que faço e o que sinto,
................e me contento em tentar entender
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é tinto o vinho, a carne é rubra,
eu... não sei: branco, oco, frio,
........quem sabe descubra onde me escondi,
.............................................onde me perdeu...
...........................se eu fosse alguém como eu,
............................................aquém de minha anestesia,
.....................de minha falta de agonia que me angustia e tortura...
a letra O tem meu nome,
...é um ser completo e estanque,
vazio, puro, ideal meu que eu destruiria...
se eu fosse alguém como eu