terça-feira, 27 de outubro de 2009

"Qui de nous deux", de Mathieu Chedid - PROMOÇÃO BAIXE 2 CDs E GANHE MUITOS OUTROS!!

Nesse clip, vemos bem o universo de M, personagem criado pelo compositor Mathieu Chedid: a música envolvente, a guitarra rosa que o luthier Cyril Guérin criou para Billie (filha de M. Chedid) e o penteado sem igual. Você já deve ter percebido que eu gosto desse cara, né? A letra, como sempre, entontra-se nos comentários.
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P.S. 1: No antigo site oficial de Mathieu Chedid, estava escrito QUI2NOUS2 (que é o nome do disco também). Acontece que a preposição "de" e o numeral "deux" se pronunciam de modo quase idêntico (a diferença é que "deux" se fala com mais "força").

P.S. 2: Acabo de saber que Mathieu Chedid lançou o single Le roi des ombres e o álbum novo Mister Mystère. Além disso, tem um disco ao vivo, de 2005: -M- au Spectrum. E EU AINDA NÃO TENHO NENHUM DELES!!! Você não imagina o desespero que me bateu quando descobri todas essas novidades... Meu problema é que sou uma toupeira nessa coisa de télécharger (baixar) músicas. Assim sendo, lanço aqui uma promoção: quem baixar os discos para mim ganha um DVD inteiro com músicas ou filmes em francês. Quem se habilita?

sábado, 24 de outubro de 2009

Sem comentários

Este é o tipo de coisa que se leva a sério na Igreja Universal:

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Felizmente, algumas pessoas conseguem fazer arte a partir de algo tão monstruoso:
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quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A pronúncia e os acentos em francês - comemoração do 100° post

Se já fui chamado de "santo" por conta de meu texto Tempos verbais em francês e em português (que acabo de revisar e que, aliás, é o mais comentado do site), acho que, agora, vou virar padroeiro dos alunos de francês. Para "festejar" meu 100° post, vou explicar aquilo que muitos acham que não tem sentido nenhum: os acentos do francês. Espero que, depois de ler essa "pequena" explicação, você pare de achar que os agudos, graves e circunflexos têm apenas função decorativa.
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A primeira coisa a entender é que os acentos do francês têm, grosso modo, três funções:
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1) diferenciar palavras que têm a mesma pronúncia: mûr (maduro) e mur (muro, parede), sûr (seguro, certo) e sur (preposição com diversas traduções, entre as quais "sobre"), (onde) e ou (ou), à (preposição traduzida, o mais das vezes, como "a") e a (3ª p. sing. do verbo avoir no presente). Não me vêm à mente outros exemplos, mas é só pra você entender que a pronúncia não muda.
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2) marcar o desaparecimento de um s que existia antigamente. Essa função é exercida pelo acento circunflexo; assim, em francês antigo havia um s ou outras letras mais em palavras como hôpital, fête, tête, bête, maître, château, fenêtre, vêtement, goût, côté, hôtel, arrêter, croûte, intérêt, ancêtre, forêt e pâte, entre outros. O s desaparecido dá as caras em outras palavras da mesma família: festival, déforestation, veste, déguster, hospitalité, intéresser, arrestation, ancestral...
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3) indicar a pronúncia correta. Em pares como cote x côte ou votre x vôtre, o acento marca a pronúncia fechada do o. Mas é com a letra e que os acentos mostram realmente seu talento. Aqui, você tem que esquecer do português: em francês, o acento não marca a "sílaba tônica"; por sinal, a ideia de sílaba tônica nem convém muito ao francês - é bom pensar que, fora as sílabas que têm um e não acentuado no final, todas são tônicas. É isso que dá a entonação ligeiramente "achatada" do francês. Ao contrário do que muita gente pensa, portanto, não é correto dizer que, em francês, "acentua-se a última sílaba".
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Feita essa primeira ressalva, vamos lá: É dá um som fechado; dessa forma, café, bébé e téléphoner se pronunciam "cafê", "bêbê" e "têlêfonê". È e Ê dão normalmente um som aberto; é por isso que après, célèbre e tête se pronunciam "aprré", "cêlébrr" e "tét".
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Já para o E não acentuado, quando ele não for seguido de uma consoante na mesma sílaba ou de um x na sílaba seguinte, das duas uma: ou não tem som nenhum, ou se pronuncia com um som meio seco e ligeiramente arredondado que fica difícil de explicar por escrito sem usar afabeto fonético. (O símbolo desse som em alfabeto fonético é um "e" de cabeça para baixo.) Pense na pronúncia do e sublinhado na frase seguinte: Je regarde le train depuis le balcon. Se necessário, use um sintetizador de voz ou pratique no melhor site que conheço sobre fonética do francês.
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Se o E for seguido de uma consoante na mesma sílaba ou de um x na sílaba seguinte, ele poderá ser aberto, fechado ou nasal, de acordo com a letra que o acompanhar. Veja alguns exemplos: em regarder, o e da primeira sílaba não tem acento porque se pronuncia com aquele som que eu não consigo explicar direito, já em répéter, os acentos marcam que se pronuncia ê; na última sílaba, porém, o acento não é necessário, porque o r já implica essa pronúncia - é a mesma coisa em terrible ou em ferré. Em direction ou em merci, o som se abre, por causa das consoantes. Em bien e je viens ou em emmener, emballage, trente e vent, o som é nasal (mas lembre-se de que, para os dois primeiros, é um som nasal, e para os quatro últimos, um outro).
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Ficaria cansativo explicar que contextos determinam cada pronúncia, e acho que nem é tão importante - a prática e a transcrição fonética do dicionário (desde que for em alfabeto fonético internacional e não com remendos em alfabeto convencional) dão conta do recado.
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Na verdade, quero te dar a regrinha de ouro para você não errar mais os acentos. Lá vai:
NÃO SE ACENTUA A LETRA "E" SE HOUVER UMA CONSOANTE NA MESMA SÍLABA OU SE HOUVER UM "X" NA SÍLABA SEGUINTE.
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É por isso que não se acentua o e nasalizado ou o e seguido de consoantes duplas, por exemplo (por sinal, se você parar para pensar, vai perceber que o x é uma consoante dupla). Nesse sentido, a função do acento sobre a letra e é exatamente a de especificar a pronúncia, quando necessário, e não a de marcar a "sílaba forte", como em nossa língua. Se fosse assim, como é que você pronunciaria hétérogénéité? Se fossem cinco sílabas tônicas, no modelo do português, você ia parecer que está soluçando. Bom, na verdade, você deve estar é bocejando depois de um texto tão longo. Mas espero ter esclarecido suas dúvidas. Au revoir (sem acento) !

Conteúdo atualizado

Acabei de dar uma revisada num antigo texto do blog. Quer dar uma olhada? Clique aqui.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Por que os franceses são antiamericanos?

Por que os franceses detestam os americanos? Por que eles tratam mal quem fala inglês com eles? São perguntas que alguns alunos me fazem, e a resposta não poderia ser mais chata: de onde você tirou isso?!
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O fato é que o tal antiamericanismo francês não passa de um mito. Nossos amigos gauleses não são mais "antiamericanos" do que os brasileiros, e o fato de eles (exatamente como nós) terem uma série de críticas aos Estados Unidos não os leva a detestar as pessoas daquele país. País que, diga-se de passagem, os franceses admiram em muitos aspectos.
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Um observador mais atento perceberá, ao contrário, nos filmes, desenhos animados e no jornalismo made in USA, uma considerável veiculação de estereótipos negativos sobre a França e seus habitantes. Alguns alunos já mencionaram maluquices do tipo "os franceses odeiam os americanos porque a França perdeu sua importância internacional para os EUA e porque o prestígio da língua francesa está decaindo" ou "os franceses se ressentem do fato de terem sido salvos da ocupação alemã pelos soldados americanos". Na verdade, essas ideias são alienígenas ao modo de pensar da grande maioria dos franceses, mas elas fazem parte do imaginário americano, que nós acabamos por assimilar, devido ao forte contato que temos com os produtos da indústria cultural norte-americana. (Por favor, não vejam aí nenhuma bandeira "USA GO HOME" - sou fã de muitos produtos dessa indústria cultural norte-americana; mas, assim como você, também não engulo qualquer baboseira.)
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O link abaixo é o de um site (escrito em inglês) que aborda o tema com numerosos exemplos e uma explicação bem clara. Dá pra navegar durante um bom tempo e se livrar de algumas idées reçues.
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Em tempo: idée reçue, literalmente "ideia recebida", são aqueles pensamentos pré-fabricados que normalmente não têm muito a ver com a realidade, do tipo "paulistas trabalham mais do que cariocas" ou "inglês é mais fácil do que francês".

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

na terra do sol

para acender uma vela para deus e outra
para o diabo, basta um
palito de fósforo
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a luz dançarina das velas
já não me aquece nem me fascina
só ilumina minhas mãos
e minha pena
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fito sem susto meu rosto
- concluo que um dia tudo
se atrapalha e atropela no próprio oposto
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o palito seguro
produzo o atrito
tudo um tiro
no escuro