sábado, 31 de janeiro de 2009

Ateus: saiam do armário!

Palavras interessantes de Dráuzio Varella...


... e de Richard Dawkins.


Por favor, reparem bem que o objetivo dessa campanha não é convencer nem "converter" ninguém. Cada pessoa concebe o mundo de acordo com o que julga mais adequado e todos devem se respeitar. O que Dawkins propõe é que aqueles que não têm crenças religiosas assumam sua posição, com toda a serenidade, para que o ateísmo deixe de ser visto como uma monstruosidade e a sociedade perceba que a ausência de religiosidade não faz de ninguém uma pessoa sem valores ou moral. Trata-se apenas de ajudar a combater o preconceito contra os ateus, um preconceito que poucos veem e que muitos julgam natural.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

RISOTO DE CAMARÃO E ERVA-DOCE

Ingredientes (4 porções)
500 g de camarão médio descascado
200 g de arroz arborio
1 xícara de vinho branco
6 dentes de alho picados
2 cebolas grandes finamente picadas
½ colher de sopa de açafrão
Erva-doce finamente picada a gosto
2 folhas médias de louro
Sal e pimenta-do-reino a gosto
4 colheres de sopa de manteiga
Parmesão ralado a gosto
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Preparo
Numa panela grande, doure o alho e a cebola em uma colher de sopa de manteiga. Acrescente água até quase a metade da panela, adicione as folhas de louro, um punhado de erva-doce picada, sal e pimenta a gosto. Quando ferver, mergulhe os camarões até eles mudarem de cor (1-2 minutos) e escorra. Reserve o caldo e leve-o de volta à panela, em fogo brando, com o louro.
Numa outra panela, refogue o arroz com uma colher de manteiga, acrescente o vinho branco e mexa até que ele evapore. Agregue o açafrão e, em fogo médio-alto, regue com caldo de camarões, mexendo sempre e sem deixar secar. Quando o arroz estiver al dente, incorpore os camarões e cozinhe por mais um minuto. Adicione o restante da erva-doce e da manteiga e o parmesão ralado, misture e sirva imediatamente, decorado com ramos de erva-doce.

Opcional: Caso se queira, pode-se servir para cada pessoa um camarão VG dourado na manteiga com alho, erva-doce e alecrim. A versão da foto apresenta camarões médios (com casca), refogados em uma mistura de azeite e manteiga.

TORRE DE SALMÃO, ABACATE E ARROZ

O nome é um pouco estranho, a receita não é super barata nem é daquelas coisas que se faz rápido e sem nenhuma dificuldade. Mas é uma boa pedida para esses dias quentes. Não vou informar quantidades precisas, você coloca o quanto quiser.
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Ingredientes:
• Salmão cru picado (chama-se tartare, em referência aos bárbaros tártaros, que consumiam carne crua moída e condimentada – se você não curte peixe cru, tenho certeza de que o site da Ana Maria Braga vai te dar mil maneiras de preparar salmão, hehehe)
• Abacate maduro raspado na colher
• Cebola finamente picada ou ralada
• Limão
• Sal
• 1 xícara de arroz (de preferência, arroz japonês, aquele com os grãos mais curtos)
• 1 colher de sopa de açúcar
• 4 colheres de sopa de saquê
• 3 colheres de sopa de vinagre de arroz ou vinagre de vinho branco
• Molho shoyu
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Para decorar (opcional)
• Soborô (é um pozinho vermelho à base de peixe usado na decoração de pratos japoneses) .
• Gergelim preto
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Preparo
Salmão: Regue o peixe com um pouco de suco de limão, tempere com um pouco de sal e preencha com ele metade de um copo (de preferência com a boca mais larga que o fundo). Reserve na geladeira. O limão “cozinha” o salmão quimicamente, se isso te deixa mais tranquilo – mas não coloque muito, para não perder o sabor delicado da carne do peixe.
Pasta de abacate: Misture o abacate com um pouco de sal, limão e cebola picada. Cebola demais vai deixar a pasta muito forte e apagar o gosto do peixe – pense em uma parte de cebola para cada 8 de abacate. Coloque por cima do peixe, ocupando a metade do espaço vazio dentro do copo, e leve de volta à geladeira.
Arroz: Você vai preparar um arroz de sushi. Primeiro, lave o arroz até a água sair clara e deixe de molho por 30 minutos. Cozinhe em 2 ½ xícaras de água e depois espalhe em um recipiente de vidro para esfriar. Numa panela pequena, misture o vinagre, o açúcar e o saquê e cozinhe até levantar fervura. Mantenha no fogo mais um minuto e deixe esfriar até atingir a temperatura ambiente. Com uma colher de madeira, misture completamente o arroz e o vinagre. O resultado deve ser um arroz grudado, levemente doce. Preencha o restante do copo com o arroz e deixe na geladeira por mais meia hora.
Finalização: Desenforme a torre e regue com um pouco de molho shoyu – não exagere para poder apreciar o sabor do peixe. Decore com soborô e gergelim preto. Esse prato vai muito bem com saquê gelado.
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Dica: Prepare o salmão e o abacate enquanto o arroz estiver de molho.
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Variante: Se você não é muito amante de sabores orientais, tente uma versão mais ocidental – acrescente azeite e salsa ao peixe e ao abacate, substitua o arroz por um purê consistente de batata inglesa ou baroa (mandioquinha) e sirva com uma salada de tomate.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Combinar

Todo aluno de língua estrangeira, um dia ou outro, perguntou ao seu professor: “Como se diz isso?” O isso, vale lembrar, é nesse caso uma palavra isolada, que aparece às vezes do nada. Bom, palavras não são inocentes, não significam uma coisa só: não raro, entre línguas diferentes, cada um dos vários sentidos de um vocábulo tem uma tradução própria, daí o professor responder “Depende...” Na rapidez com que as coisas se dão em sala de aula, poderíamos até imaginar diálogos como o que segue:
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– Professeur, comment est-ce qu’on dit “combinar” en français ?
– Ça dépend...
Sadépan ou sadépin ? Vous pouvez répéter ? Ça s’écrit comment ?
– Non, ça dépend du contexte, de la phrase quoi ...
– Qu’est-ce que c’est, une frazekoi ?
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Lógico que um professor com um mínimo de bom senso não deixaria as coisas tomar esse rumo, mas o fato é que alguns alunos poderiam mesmo entender que o ça dépend é a resposta que buscam. Escolhi combinar porque essa palavra é bem menos simples do que parece. Darei exemplos de frases e uma tradução em francês: é um procedimento menos abstrato do que listar as definições do dicionário e propor uma tradução para cada uma.
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(1) O pintor combinou diversos materiais nessa obra.
(1.a) Le peintre a combiné différentes matières dans cette œuvre.
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(2) Para obter esse composto, é preciso combinar várias substâncias.
(2.a) Pour obtenir ce composé, il faut combiner plusieurs substances.
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(3) A gente vai combinar uma viagem.
(3.a) On va combiner un voyage.
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Até aqui, combiner deu conta do recado, como vocês podem ver. Desse mesmo verbo, vêm duas palavras interessantes: combinaison (combinação) e combine (algo entre a tramoia e o jeitinho). Mas antes que você fique com a impressão de que, para falar francês, é só colocar “–er” no final dos verbos, é bom saber que, para outros sentidos de combinar, não adianta tentar “enroler”:
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(4) A gente combinou de sair às 7 horas.
(4.a) On s’est mis d’accord pour sortir à 7 heures (ou, mais simplesmente, “On a décidé de sortir”).
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(5) Esse sapato combina com minha calça preta.
(5.a) Ces chaussures vont bien avec mon pantalon noir.
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(6) Essas roupas não combinam.
(6.a) Ces vêtements ne vont pas ensemble.
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(7) Me disseram que é brega combinar a gravata com o lenço.
(7.a) On m’a dit que ça fait kitsch d’assortir sa cravate avec sa pochette.
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(8) Esses dois meninos não combinam (não conseguem conviver bem).
(8.a) Ces deux gamins ne s’entendent pas.
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Assortir, que significa combinar no sentido de “reunir coisas ou pessoas que se harmonizam” (como no exemplo 7), dá origem a assortiment. Essa palavra, que pode evidentemente ser traduzida como combinação, refere-se a um arranjo de coisas do mesmo tipo que dão uma ideia de conjunto ou à maneira como essas coisas estão dispostas. Fala-se, assim, em assortiment de charcuterie (prato composto por diversos embutidos ou carnes conservadas). Quando se quer dizer que duas roupas combinam, diz-se que uma “vai bem com” a outra.
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Finalmente, é interessante registrar um novo sentido da palavra combinar que tem se tornado frequente na televisão e na linguagem coloquial: o de admitir, reconhecer.
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(9) Vamos combinar que tradução não é nada mole.
(9.a) Il faut dire que la traduction, c’est pas évident.