segunda-feira, 30 de março de 2009

O fabuloso destino de Amélie Poulain

"O fabuloso destino de Amélie Poulain" (Le fabuleux destin d'Amélie Poulain) é um dos meus filmes favoritos. Belíssima fotografia, trilha sonora irresistível e ótimos atores que dão vida a uma história divertida e tocante.
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O filme tornou-se um clássico e é super fácil de encontrar em qualquer locadora que tenha algo a mais do que filmes de ação mas, se você olhar nos vídeos relacionados, vai ver que ele está disponível no youtube. Isso é, se você tiver paciência para esperar carregar, não ligar para a baixa resolução e tiver a força sobre-humana de suportar a dublagem paulista.
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Aqui embaixo você tem o trailer:

P.S.: Cuidado com o erro de tradução na última fala. Não é "Didi", mas "Lady Di", que os franceses não pronunciam "lêididái", e sim "lêdídí". A morte de princesa Diana, decorrente de um acidente automobilístico ocorrido em 1997, em Paris, era relativamente recente na época do lançamento do filme (2001). Além disso, nosso Renato Aragão não é assim tão famoso...

modo de espera

..............em algum lugar
............perto de mim, me olho existir
...........................e aguardo,
...........................mas não espero
..................................não tenho uma lágrima de morfina
..para curar a dor que não sinto

...................no fundo, não finjo:
sou um livro sem páginas,
sou o autor e o leitor
..e narro a mim mesmo
................minha história,
.............sem prestar muita atenção,
.............sem esquecer nem entender
................me guardo, e não quero

sábado, 28 de março de 2009

"Bem me quer... mal me quer"

Trailer (com legendas em inglês) do filme Bem me quer... mal me quer" (À la folie... pas du tout), excelente filme estrelado por Audrey Tautou, a mesma que fez O fabuloso destino de Amélie Poulain (Le fabuleux destin d'Amélie Poulain). Trata-se de uma história, para dizer o mínimo... impressionante.
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Você encontra esse filme na locadora Flash de Jardim da Penha (pelo menos eu encontrei algum tempo atrás) ou, mais provavelmente, na Show Vídeo da Praia do Canto, que tem um ótimo acervo. E, por acaso, encontrei na mão de um daqueles meninos que passam vendendo DVDs piratas. Como assisti o filme no cinema e aluguei a fita mais tarde, achei que tinha o direito de comprar um piratinha...


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P.S.: Assisti o filme. Não vou dizer "assisti ao filme" porque sou brasileiro e a gente não fala assim. E se você disser que está errado, lembre-se que vai ficar proibido de dizer "o filme foi assistido por mais de um milhão de pessoas", porque verbo transitivo indireto não pode ir para a passiva. Aí você tem que usar a forma "certa": "Ao filme, assistiram mais de um milhão de pessoas". Vai encarar, ó pá?

sexta-feira, 27 de março de 2009

"Dis-lui oui", de Bénabar

Abaixo, link para o clipe de "Dis-lui oui", canção divertidíssima de Bénabar. Infelizmente, não deu para incorporar o vídeo, pois essa opção estava bloqueada.
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Link para a letra (faltam algumas maiúsculas, mas tudo bem):
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Se você quiser fazer um exercício sobre os pronomes antes de escutar a música, clique aqui (o bom é que tem todas as maiúsculas comme il faut). O único problema é conseguir verificar as respostas - para isso, use o outro link para a letra.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Um ano de saudades

Ontem, fez um ano que eu perdi minha mãe. Rosita Constancia Decottignies tinha apenas 55 anos e estava muito bem de saúde, mas foi atropelada por um motoqueiro em frente à rodoviária de Vitória, depois de deixar minha tia na porta do ônibus. Não acredito em vida após a morte e, aos 27 anos, já tive que encarar a ideia de que nunca mais reencontraria a pessoa que me deu a vida. Não é nada fácil...
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Não estou escrevendo isso para você ficar triste ou sentir pena de mim. Quero apenas te fazer um pedido: se puder, dê um grande abraço na sua mãe, demonstre o amor que você tem por ela e não deixe que pequenas coisas do cotidiano te impeçam de perceber o essencial: que a vida é muito preciosa, mas muito frágil.
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Abaixo, sou eu com Vanessa e minha mãe.

terça-feira, 24 de março de 2009

B13

B13 (Banlieue 13) se passa em um futuro no qual as tensões sociais da França contemporânea foram levadas ao limite. O trailer (com explicações em inglês) deixa bem claro que se trata de um filme de ação com vários dos clichês do gênero. Mas o filme é mais inteligente do que parece, e as cenas de perseguição e de luta são realmente muito bem-feitas. Aliás, o filme é recheado de cenas de parkour e o ator principal (de cabelos pretos) é o criador dessa modalidade esportiva: David Belle (favor nem pensar em pronunciar "dêivid" - pronuncia-se "david, pois se escreve "david"). Fácil de encontrar nas locadoras.
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Quando buscava o trailer para colocar no site, surpreendi-me ao ver que fizeram um sequência. Tomara que chegue logo por aqui!
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segunda-feira, 23 de março de 2009

Paulo

Essa, sem dúvida, é uma de minhas fotos favoritas. Tem um sabor especial porque fui eu mesmo que revelei e ampliei, e também por sua história. Foi tirada no fim de 2000, quando eu estudava Fotojornalismo. Nosso trabalho era fotografar o Centro de Vitória durante o dia (daí veio a ideia de fazer a o trabalho sobre o Centro à noite). Depois de algumas fotos na Costa Pereira, fui conversar com um pessoal de uma banca do movimento negro, ao lado do Carlos Gomes. Montei meu tripé, me agachei no chão e fiquei de papo com os caras, com o disparador na mão - o disparador é um acessório que lembra uma seringa e que permite acionar a câmera a uma certa distância. Quando o pessoal esqueceu que eu estava lá pra tirar fotos, consegui captar a expressão do Paulo enquanto procurava a palavra certa para o que queria dizer. Repare como o PB acentua a textura e as formas da cena.

domingo, 22 de março de 2009

Carré com geleia de jabuticaba (pra você desistir do regime que ia começar amanhã)

Ingredientes (para 4 pessoas)
Para o carré:
4 carrés grossos
Bacon cortado em fatias finas, o quanto baste
Geleia de jabuticaba (se for caseira, espessa e com pouco açúcar, é muito melhor)
Alho picado a gosto
Tomilho seco
Pimenta síria
Conhaque
Sal e pimenta-do-reino a gosto
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Para o purê de batata baroa:
1 kg de batata baroa (mandioquinha) cozida
Creme de leite, o quanto baste
1 pitadinha de noz-moscada
100g de manteiga sem sal
Sal a gosto
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Preparo
Tempere os carrés com o sal, o tomilho e as pimentas. Regue com um toque de conhaque e deixe na geladeira por 1 hora, para pegar gosto. Unte um refratário e disponha os carrés. Distribua o alho picado por cima, espalhe uma porção generosa de geleia e disponha as fatias de bacon, de maneira a cobrir todo o carré. Leve ao forno bem quente e asse até o bacon ficar com aparência crocante.
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Enquanto a carne estiver assando, prepare o purê: passe as batatas no processador ou no amassador e misture os demais ingredientes. Mantenha quente em banho-maria.
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P.S. 1: A versão da foto está decorada com uma folha de sálvia. Pode-se colocar uma folhas de sálvia (no máximo uma, para não "poluir") por baixo do bacon.
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P.S. 2: Cuidado para não deixar a carne passar do ponto, ou ela ficará seca: em geral, bastam 30 minutos, e o bacon é um bom indicador. Mas você pode espetar uma faca na lateral da carne: se sair um líquido vermelho ou rosado, ainda está malpassado; se sair um líquido transparente, já está bom; se não sair líquido nenhum, tire imediatamente do forno, por favor!
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P.S. 3: Normalmente, vai sobrar um caldinho no fundo da assadeira. Não desperdice esse tesouro! Jogue um pouco por cima do purê ou congele para fazer outro prato (um frango assado, por exemplo, vai ganhar muito em cor e sabor com esse caldinho). Se não for usar para nada, embala direitinho e manda pra mim.

sábado, 21 de março de 2009

TUDO - TUDO

TUDO
.MUDO
MEDO
MERO
ZERO
LERO
LEDO
LUDO
TUDO

"Living Room", de Paris Combo

Living Room, de Paris Combo. Uma de minhas músicas favoritas.



Para ver a letra, abra esse link em uma nova janela.

Entre les murs

Apresentação do filme no Youtube:
"Baseado em livro homônimo de François Bégaudeau (que interpreta a si próprio no longa), o filme relata as experiências de um professor de literatura em uma escola de ensino médio na periferia de Paris.
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Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes 2008 e indicado ao Oscar 2009 de filme estrangeiro. Na França, Entre os Muros da Escola foi lançado em 24 de setembro de 2008. Na semana de estreia, abriu em primeiro lugar nas bilheterias, com mais de 440 mil ingressos vendidos, e garantiu a mesma posição na semana seguinte. Na sétima semana, o longa continuava entre os 20 filmes mais vistos, alcançando o público acumulado de 1, 5 milhão de espectadores."
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Em cartaz no Cine Jardins (Vitória, Jardim da Penha) hoje (sábado 21/03), quarta e quinta, às 16h40 e às 19h, e no domingo às 19h10.
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P.S.: Acabo de ver o filme (por sinal, muito bom) e, curiosamente, há uma cena em que se discute o uso do imperfeito do subjuntivo, que abordei em minha postagem anterior. Dá pra conferir um pedaço no trailer.

Le Génie du Web

Entre no site http://www.akinator.com/aki_fr/, pense em uma celebridade e desafie Akinator a adivinhar o nome dela. Ele vai te fazer uma série de perguntas e tentar descobrir a identidade do famoso(a). Você pode dar 5 respostas:
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"Sim"
"Provavelmente / Em parte"
"Não sei"
"Provavelmente não / Não realmente"
"Não"
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Muito bom para praticar o francês (especialmente as famosas perguntas com inversão de sujeito) e divertidíssimo. Quando ele tem dificuldade de encontrar a resposta, vai fazendo uma expressão de raiva que é impagável! Ele acertou até mesmo Sérgio Mallandro, e eu achando que tinha pegado pesado... (Mas pra personalidades brasileiras, é melhor colocar o site em português.)
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P.S.: Se você fizer o teste em português, vai ver que ele também acerta a Bruxa do Mar (do Popeye), o Godines (do Chaves), Conrado e Andreia Sorvetão, entre outras bizarrices inacreditáveis.

sexta-feira, 20 de março de 2009

A marcha dos Pinguins

"A marcha dos Pinguins" (La marche de l'empereur) é um filme bonito, sensível, bom para aprender francês e, melhor ainda, relativamente fácil de encontrar nas locadoras.

Subjuntivo em português e em francês

Como prometi num outro dia, faço abaixo uma explicação sobre o uso do subjuntivo em português e em francês. Por mais que seja complicado (e não seria tão diferente se a comparação fosse feita com o italiano ou com o espanhol), é bastante interessante.
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Casos em que há subjuntivo em português e em francês
QUERER - VOULOIR
Quero que você me escute.
Je voudrais que tu m’écoutes.
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É + ADJETIVO + QUE - IL EST + ADJECTIF + QUE
É absurdo que as pessoas aceitem isso.
Il est / C’est absurde que les gens acceptent ça.
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É espantoso que ele tenha chegado tão rápido.
Il est étonnant qu’il soit arrivé aussi vite.
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Nesses casos, no entanto, já se observa a tendência, no português, de subsitutuir o subjuntivo por um infinitivo flexionado (que, aliás, só existe em nossa língua): "É absurdo as pessoas aceitarem isso", "É espantoso ele ter chegado tão rápido".
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TEMER - CRAINDRE
Temo que ele não me entenda.
Je crains qu’il ne me comprenne pas.
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O subjuntivo será usado com verbos que exprimem desejo, sentimentos, dúvida, medo...
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Casos em que há subjuntivo em francês, mas não em português
IL FAUT QUE (+ subjonctif) - TER QUE / PRECISAR (+ infinitivo)
Il faut que je révise à la maison.
Tenho que revisar em casa.
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Il faut que tu fasses les exercices.
Você precisa fazer os exercícios.
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POUR QUE (+ subjonctif) - PARA (+ infinitivo)
Il m’a donné ce guide pour qu’on parte tranquilles.
Ele me deu esse guia pra gente viajar tranquilo.
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Pour que tu apprennes, il faut pratiquer.
Para você aprender, tem que praticar.
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Mon père insiste pour que tu viennes avec nous.
Meu pai insiste para você ir com a gente.
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Essa construção é necessária quando há mudança de sujeito; quando o sujeito não muda, usa-se simplesmente pour seguido do infinitivo.
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Je vais me coucher tôt pour être en forme demain matin.
Vou deitar cedo para estar com energia amanhã de manhã.
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LE (LA) PLUS... QUE; LE (LA) SEUL(E)... QUE (+ subjonctif)
O (A) MAIS... QUE; O (A) ÚNICO(A)... QUE (+ indicativo)
C’est la ville la plus belle que je connaisse.
É a cidade mais bonita que conheço.
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C’est la seule chose que je puisse faire.
É a única coisa que eu posso fazer.
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JUSQU’À CE QUE (+ subjonctif) - ATÉ (+ infinitivo)
Faites revenir l’oignon jusqu’à ce qu’il soit doré.
Refogue a cebola até ela ficar dourada.
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Je reste là jusqu’à ce que tu sois plus calme.
Vou continuar aqui até você ficar mais calmo.
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Essa construção é usada quando há mudança de sujeito, como nos exemplos acima. Nos casos em que as duas orações tenham o mesmo sujeito, usa-se jusqu’à seguido de infinitivo:
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Battez les œufs et le sucre jusqu’à obtenir un mélange homogène.
Bata os ovos e o açúcar até obter uma mistura homogênea.
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AVANT QUE (+ subjonctif) - ANTES DE (+ infinitivo)
Je vais finir mon cours avant que tu (n’)arrives.
Vou acabar a aula antes de você chegar.
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O uso do ne explétif (sem valor de negação) é opcional; trata-se de um recurso mais freqüente na língua escrita culta.
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Casos em que há subjuntivo em português, mas não em francês
ESPERAR (+ subjuntivo) - ESPÉRER (+ indicatif)
Espero que você esteja bem.
J’espère que tu vas bien.
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Espero que você tenha feito uma boa viagem.
J’espère que tu as fait un bon voyage.
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Espero que tudo corra bem.
J’espère que tout se passera bien.
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MESMO QUE / AINDA QUE (+ subjuntivo) - MÊME SI (+ indicatif)
Mesmo que seja difícil, vou entender.
Même si c’est difficile, je vais comprendre.
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TALVEZ (+ subjuntivo) - PEUT-ÊTRE (+ indicatif)
Talvez eu esteja enganado.
J'ai peut-être tort.
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Talvez ele não se lembre de mim. (O presente aqui tendo um valor de futuro: vou encontrar a pessoa e acredito que ela pode não se lembrar de mim)
Peut-être qu’il ne se souviendra pas de moi.
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Talvez ela não tenha encontrado uma vaga para estacionar.
Elle n’a peut-être pas trouvé de place pour se garer.
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CRER (+ subjuntivo) - CROIRE (+ inidcatif)
Creio que você queira sair um pouco.
Je crois que tu veux sortir un peu.
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O verbo croire, na forma negativa, admite o uso do subjuntivo na oração subordinada:
Não creio que ele esteja contente.
Je ne crois pas qu’il soit content.
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PEDIR QUE (+ subjuntivo) - DEMANDER DE (+ infinitif)
Meu pai pediu que eu esperasse.
Mon père m’a demandé d’attendre.
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Mais uma vez, o português contemporâneo aceita, aqui, uma construção com o infinitivo: "Meu pai pediu para eu esperar."
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CASO (+ subjuntivo) - AU CAS OÙ (+ conditionnel)
Caso vocês tenham problemas, liguem para nós.
Au cas où vous auriez des ennuis, appelez-nous.
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POR MAIS QUE (+ subjuntivo) - AVOIR BEAU (+ infinitif)
Por mais que você tente, não vai me convencer.
Tu as beau essayer, tu ne vas pas me persuader.
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Por mais que você me explique, não concordo.
Tu as beau m’expliquer, je ne suis pas d’accord.
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O subjuntivo do português tem três tempos (presente: que eu faça; imperfeito: se eu fizesse; futuro: quando eu fizer); em francês contemporâneo, em orações subordinadas, usa-se basicamente o subjonctif présent. .
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Quero que você entenda.
Je veux que tu comprennes.
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Queria que você entendesse.
Je voulais que tu comprennes.
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Gostaria que você entendesse.
Je voudrais que tu comprennes.
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Uma formulação como je voulais que tu comprisses soaria arcaica ou humorística, apesar de ser a forma “gramaticalmente correta”.
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Para hipóteses, usa-se o indicatif présent. Para marcar um fato no futuro, usa-se o futur simple.
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Se você me escutar, vai me entender.
Si tu m’écoutes, tu me comprendras..
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Vou te ligar quando chegar em casa.
Je tappellerai quand j'arriverai chez moi.

36 Quai des Orfèvres

Excelente filme policial com Daniel Auteuil et Gérard Depardieu, que você pode encontrar na locadora DVD Center, na Rua da Lama. "36 Quai des Orfèvres" é o endereço do Quartel-General da Polícia, em Paris. O título em português é simplesmente "36".

Amar é...

O marido, ao chegar em casa no final da noite, diz à mulher, que já estava deitada:
- Querida, eu quero amá-la.
A mulher, que estava dormindo, com a voz embolada, responde:
- A mala... ah, não sei onde está não! Usa a mochila que está no maleiro do quarto de visitas.
- Não é isso, querida, hoje vou amar-te.
- Por mim, você pode ir até Júpiter, até Saturno e até à puta que o pariu, desde que me deixe dormir em paz...
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(Essa piada poderia entrar em um capítulo sobre a diferença entre o português real e o português das gramáticas.)

quinta-feira, 19 de março de 2009

Religião e ciência

Lembrando do arcebispo de Recife e de Olinda, mais uma propaganda ateia difundida nos ônibus londrinos:


A propaganda diz o seguinte: "A ciência faz você voar até a Lua. A religião faz você voar para dentro de prédios". Trata-se de uma clara alusão aos atentados de 11 de setembro (é bom não esquecer que os terroristas só têm a coragem de se suicidar porque acreditam que serão recompensados após a morte). Como alguém mais inteligente do que eu já disse: "Sem a religião, homens bons fariam o bem e homens maus fariam o mal. Somente a religião pode levar homens bons a fazer o mal."
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É claro que o jogo de palavras fica mais interessante em inglês, e lembra aquele clássico imortalizado pelo Sinatra: Fly me to the Moon.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Querem transformar a internet em Minitel

Link para uma entrevista que meu amigo Vítor traduziu e colocou em seu blog (por sinal, muito bom). O post contém um link para o texto original, em francês, e para a explicação do termo Minitel.
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http://emlinhareta.wordpress.com/2009/02/13/quem-tem-interesse-em-transformar-a-internet-em-minitel/

Pra melhorar o seu dia...

A siamesa magrelinha aí embaixo é minha outra gata, Joujou (joujou é uma palavra que as crianças francesas usam para dizer brinquedo - jouet). Não confunda com a Lili, a gatinha do carnaval.
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Nessa época, tínhamos uma "hóspede", a Neguinha, que foi adotada pela minha avó. Numa próxima vez, coloco uma foto atual dela. Joujou "adotou" a Neguinha e as duas ficavam juntas quase o dia todo.

Confissões de um ex-cristão

Esse vídeo mostra bem alguns perigos da religião. Identifiquei-me um pouco com ele, apesar de eu nunca ter sido "anticientífico" (aliás, foi meu gosto pelas ciências e pelo questionamento que me levou a abandonar a religião, e isso se passou sem grandes sofrimentos).
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É importante lembrar, mais uma vez, que não quero agredir ninguém: pretendo simplesmente mostrar que a religião pode fechar o horizonte das pessoas.

domingo, 15 de março de 2009

segunda-feira, 9 de março de 2009

Você realmente PRECISA ver esse filme!

Trailer de Watchmen.

No cinema, vi que algumas pessoas saíram antes do final do filme, e realmente não entendi. Alguém me disse que muitas pessoas podiam não ter gostado do filme porque ele é muito violento ou porque aparecem homens nus. Tive que refletir muito para buscar alguma razão mais convincente para que alguém não gostasse de um filme de HQ com ótimos efeitos especiais, muita ação e, principalmente, uma história inteligente. De repente, em um acesso de lucidez, percebi que essa última característica pode ter desagradado a alguns espectadores...
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O fato é que Watchmen é tão bom ou até melhor que O Cavaleiro das Trevas. Quem viveu os anos 80 talvez sinta no filme, especialmente no início, a aura sinistra daquela década em que a Guerra Fria dava a impressão de que a história tinha acabado e que, a qualquer momento, alguém podia apertar um botão e explodir o mundo. Nota-se nos personagens, antes da história "engatar" de vez, a falta de perspectiva que dominou aquela época.
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Certamente, quem não tem um bom conhecimento sobre esse momento histórico vai deixar de entender o essencial do filme. Como sei de estudantes universitários de 20 anos que não fazem a menor ideia de quem foi Fernando Collor (alguns alegam que "não é do tempo deles"), não me espantaria que uma parte considerável da plateia não soubesse o que era a União Soviética. Realmente, acho que o fim do mundo está próximo.

O DIA

debaixo de tantas camadas
................de normalidade,
me sinto até aquecido,
mas já não estou mais aqui,
...................................eu que
mal percebi a hora de dizer adeus
..........................................a mim mesmo
........................................que me exilava
............................num dia comum,
.........................................como uma pergunta
.............................................mal-traçada
.........virando manchete de jornal
............................................ou folha de calendário
........................................que adia o dia
........................................que eu esperava tanto
..................sabe-se lá por quê
...........................................perdi a hora
..........................................num dia nor-
.............................................................mal

Projeto Tamar - Regência

No posto do Projeto Tamar de Regência, em Linhares, os pescadores entregam as tartarugas que vêm parar em suas redes de pesca. Os animais (muitas vezes mechucados ou exaustos) passam algum tempo em tanques de recuperação até estarem prontos para voltar ao mar. Abaixo, você pode conferir a foto de umas delas. O tanque tem uma janela e dá pra ver os animais, é um ótimo passeio!
Para não perder a oportunidade, gostaria de te lembrar que muitas tartarugas morrem asfixiadas depois de engolir sacos plásticos, que elas confundem com águas-vivas. Assim sendo, gostaria de lançar a campanha "Dê uma vaia pra quem suja a praia". A idéia original era "Dê um chute em quem suja a praia", mas não rimava e era um pouco grosseiro.

Tempos verbais em francês e em português

Como disse em outro texto, já perdi a conta de quantas vezes me disseram que francês é muito complicado “porque tem muito verbo”. Costumo rir comigo mesmo pensando: ainda bem que tem muito verbo – se não, como é que a gente ia se comunicar? Brincadeiras à parte, a afirmação, comum a quase todos os meus alunos, significa que não é fácil aprender a conjugação verbal da língua que eu ensino. E não é fácil, mesmo. Mas é bem menos complicado que em português. Vamos fazer uma comparação? Vou listar os tempos verbais efetivamente usados no idioma de Simone de Beauvoir, deixando de lado aqueles que só existem nos livros de gramática ou na literatura rebuscada, e dizer seus correspondentes em português. Não farei uma descrição exaustiva para não te deixar exausto (não mencionarei o impératif nem o gérondif, p. ex.), mas o que segue é o principal. Vou usar como exemplo o verbo faire (“fazer”) na primeira pessoa do singular.
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Indicatif présent : je fais
Presente do indicativo (eu faço) ou “presente progressivo” (eu estou fazendo). A expressão être en train de, que corresponde a nossa construção com o gerúndio (je suis en train de faire) é muitíssimo menos usada do que seu equivalente em português. Normalmente, o contexto comunicativo ou um advérbio (maintenant, actuellement, p. ex.) basta para determinar esse aspecto durativo. Usa-se o indicatif présent também no lugar do nosso futuro do subjuntivo, em hipóteses como “Se eu não estiver muito cansado, a gente pode ir ao cinema”, que dá “Si je ne suis pas très fatigué, on pourra aller au cinéma”.
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O presente é o tempo mais difícil do francês, pois é aquele que concentra a maior parte das irregularidades. Ele também é um “pau-pra-toda-obra” pois, com os advérbios certos, ele pode expressar o futuro (“Demain j'arrive à neuf heures” = “Amanhã eu chego às nove”) e o passado (“Hier, je rentre chez moi et je vois mon chien qui mange mes chaussures” = “Ontem, chego em casa e pego meu cachorro comendo meu sapato”), dando mais vivacidade à ação designada. Como se vê, esse fenômeno também ocorre em nosso idioma; porém, parece-me que ele é mais frequente me francês.
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Para mais detalhes sobre a tradução do nosso gerúndio, leia meu texto especialmente dedicado a isso.
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Imparfait : je faisais
Pretérito imperfeito do indicativo (eu fazia) ou “imperfeito progressivo” (eu estava fazendo), com aquela observação já feita sobre a expressão être en train de. Usa-se o imparfait também no lugar de nosso pretérito imperfeito do subjuntivo, em hipóteses como “Se eu não estivesse cansado, a gente poderia ir ao cinema”, que dá “Si je n’étais pas fatigué, on pourrait aller au cinéma”. O imparfait ainda tem a vantagem de ter sempre as mesmas terminações, ao contrário do português, que tem vários tipos (eu cantava, eu fazia, eu era, eu punha). Para o uso do imperfeito do subjuntivo em orações subordinadas do tipo “eu queria que você fizesse”, veja mais adiante.
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Passé composé : j’ai fait
Alvo de incompreensões a recordista de reclamações dos alunos, o passé composé é o equivalente de nosso pretérito perfeito (eu fiz). Literalmente, significa eu tenho feito, e é usado no lugar dessa construção e de locuções como eu venho fazendo. Para marcar esse aspecto de repetição, pode-se empregar advérbios ou locuções adverbiais (dernièrement, ces derniers jours etc.). O passé simple (je fis) é típico da escrita culta ou literária e nunca é usado na língua oral ou na escrita cotidiana (jornais, e-mails, cartas...). A construção venir de (je viens de faire) indica o passé récent: em português, acabei de fazer.
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Plus-que-parfait: j’avais fait
O mesmo que eu tinha feito. Em português falado, o pretérito mais-que-perfeito nunca é usado em sua forma sintética (eu fizera). Em francês, essa forma nem existe. Como você talvez já esteja desconfiando, o plus-que-parfait também serve para fazer hipóteses, quando se usa a conjunção si: "si j'avais fait", assim, significa "se eu tivesse feito".
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Futur simple: je ferai
Ao contrário de seu primo português, o futuro do presente (eu farei), o futur simple pode ser ouvido na língua oral. O chamado futur proche, construção com o verbo aller (je vais faire = eu vou fazer), serve para indicar algo mais imediato. Como em francês não existe o futuro do subjuntivo, o futur simple será usado em construções com quand, au moment où etc: “Quand j’arriverai à l’aéroport, je t’appellerai” = “Quando eu chegar no aeroporto, te ligo”. Também entra em frases do tipo "Você poderá fazer o que quiser": ("Tu pourras faire ce que tu voudras") e com a expressão tant que (que se traduz como "enquanto", no sentido de marcar um limite no tempo e não no sentido de marcar uma simultaneidade – nessa acepção, usa-se pendant que), em frases do tipo "Enquanto houver injustiça, haverá razão para lutar" ("Tant qu'il y aura de l'injustice, il y aura une raison pour se battre").
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Futur antérieur: j’aurai fait
Literalmente, significa eu terei feito. Indica algo que vai acontecer no futuro antes de outra ação no futuro. Ex.: “Quand j’aurai fini mes études, je passerai un mois en Italie” = “Quando eu tiver terminado meus estudos, vou passar um mês na Itália”. Em português, não costumamos marcar esse aspecto conclusivo, e dizemos simplesmente “Quando eu terminar meus estudos...” Um outro valor do futur antérieur é o de indicar um passado hipotético: “L'accident aura été provoqué par une panne électrique” = “O acidente deve ter sido provocado [terá sido provocado, literalmente] por um defeito da parte elétrica”.
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Conditionnel présent: je feraisEquivalente ao nosso futuro do pretérito (eu faria), porém, a meu ver, mais usado em francês devido à própria cultura: franceses gostam de modular suas afirmações – em situações em que o brasileiro diria “Tem que ligar pra prefeitura”, o francês poderá dizer “Il faudrait (teria que) appeler la mairie”. A construção com o presente (il faut = tem que, é preciso) será usada quando se quiser dar um tom mais direto.
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Conditionnel passé: j'aurais fait
Usado para hipóteses sobre o passado: eu teria feito.
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Subjonctif présent: que je fasse
Equivalente ao presente do subjuntivo (que eu faça). Porém, enquanto o português ainda guarda na oralidade a concordância dos tempos (eu quero que você faça / eu queria que você fizesse), o francês já não se dá mais a esse trabalho (je veux que tu fasses / je voulais que tu fasses). Uma frase com a concordância “certa” (com o subjonctif imparfait, inexistente na língua corrente: je voulais que tu fisses) soaria cômica, de tão rebuscada, e só será encontrada em literatura. Muito mais pode ser dito a respeito da diferença entre o português e o francês no uso do subjuntivo, mas isso fica para uma próxima ocasião.
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Você deve ter percebido que, apesar de haver numerosos tempos verbais, muitos deles são, na verdade, tempos compostos que não acrescentam tanta complexidade à morfologia do idioma. Afinal, trata-se simplesmente de diversas combinações entre o auxiliar (être ou avoir) e o participe passé. Ainda assim, suponho que, depois dessa explicação, você vá me dizer: “Tá, continuo achando complicado!” Mas se você deixou de pensar que não dá para entender, já me dou por satisfeito.

domingo, 8 de março de 2009

Bacalhau com erva-doce

Ingredientes:
Lombo de bacalhau dessalgado
Alho picado a gosto
Erva-doce (aquelas folhinhas finas, não as sementes)
Batatas cortadas em rodelas finas
Pimenta-do-reino
Manteiga
Azeite extravirgem
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Preparação:
Unte um refratário com azeite e disponha as batatas, deixando uma "cavidade" para o bacalhau (mas com batata por baixo). Você pode cortar o lombo de bacalhau em retângulos de cerca de 150 g, o que dá uma porção individual. Tempere os pedaços de peixe com alho, erva-doce e pimenta-do-reino. No momento de colocá-los sobre as lascas de batata, deixe um pequeno espaço entre eles, para facilitar o serviço. Regue com mais azeite e ponha pedaços de manteiga por cima. Asse em forno quente até que fique bem dourado.
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Você pode servir apenas o bacalhau com as batatas ou acrescentar outros acompanhamentos: brócolis cozido, cebola dourada no azeite, azeitonas pretas, pimentão vermelho saltado com alho, ovos cozidos em rodelas...

Juro que tentei resistir... mas esse arcebispo!

Recebi por e-mail, recentemente, um link para o seguinte artigo:
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http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2009/03/63661-acreditar+em+deus+reduz+ansiedade+e+estresse+diz+estudo.html

Segue a resposta que escrevi (não consegui resistir):

Olá, Érica.
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Li o artigo Acreditar em Deus reduz ansiedade e estresse, diz estudo. Mas gostaria, com todo o respeito e sem querer polemizar, de dizer que sou ateu e não me sinto particularmente ansioso. Aliás, acho que sou bem feliz.
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Só fico estressado quando vejo situações em que um sujeito como "Dom" José Cardoso Sobrinho, arcebispo de Olinda e do Recife, em nome de seus dogmas, busca passar por cima da lei e do respeito devido aos nossos concidadãos. Vocês devem estar a par do caso do aborto praticado em uma menina de 9 anos que foi estuprada pelo padrasto e estava grávida de gêmeos, com inquestionáveis riscos à sua saúde.
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Apesar de o caso ser previsto pela lei por dois motivos (gravidez resultante de violência sexual e, além do mais, risco de morte da gestante) e de a equipe médica ter agido com o consentimento da menina e de sua mãe, o sr. José Cardoso Sobrinho, demonstrando total insensibilidade pelo drama dessa família, tentou acionar o Ministério Público para impedir o procedimento e excomungou a equipe médica e a mãe da criança. Concordo que ele tem todo o direito de excomungar quem ele quiser, dentro da autoridade que sua instituição lhe concede. Mas o fato é que ele se valeu do caso para fazer propaganda de sua doutrina, agindo como se tivesse o poder de impô-la sobre aqueles que não a seguem: não tendo conseguido convencer a família com seus frágeis argumentos, tentou forçá-la a obedecê-lo. Só lembrando: o Estado é laico e não deve basear sua ação na visão de mundo católica. Espero vivamente que esse caso ajude nossa sociedade a compreender como pensam realmente esses senhores supostamente tão "bondosos".
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Por outro lado, mesmo sem ser cientista, a leitura do artigo me mostra que outras conclusões (ou outras maneiras de mostrar as conclusões) são possíveis. Dou o exemplo de duas:
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1) Ateus tem mais capacidade de aprender com seus erros. Lembre-se que, de acordo com as informações dadas no artigo, a ansiedade tem uma função útil (nos avisar quando fazemos algo errado). Além disso, a área em que os ateus têm mais atividade é aquela que "ajuda a modificar o comportamento ao sinalizar quando são necessários mais atenção e controle, geralmente como resultado de algum acontecimento que produz ansiedade, como cometer um erro" (grifo meu). Não se pode esquecer que, nessa área do cérebro, não tem uma plaquinha dizendo "lugar da ansiedade".
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2) Crenças religiosas têm o poder de aliviar a ansiedade em pessoas extremamente carentes. Com todo o respeito, é assim que me parece alguém que precisa de Deus para dar sentido à sua vida - eu e diversas pessoas que conheço dão sentido às suas vidas de outra forma: no meu caso, o amor por meus próximos e as alegrias da amizade dão sentido à minha existência, além da luta pela defesa do meio ambiente e pela construção de um mundo mais justo e tolerante.
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Não acredito nem no 1, nem no 2. O que quero dizer é apenas que há maneiras diferentes de interpretar / apresentar os resultados obtidos.
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Por outro lado, conhecemos pessoas em cuja vida a religião desempenha papel bastante negativo: pessoas que morrem de medo de ir para o inferno, pessoas que se isolam de sua família por discordâncias de ordem religiosa, pessoas que são sacrificadas em guerras “santas”, meninas que têm o clitóris removido em alguns países islâmicos, pessoas que sofrem perseguição de religiosos por suas idéias ou por sua orientação sexual, pessoas que são exploradas por seitas mal-intencionadas...
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A lista é longa. Eu poderia incluir os padres que sofrem com o celibato (que não fazia parte do cristianismo original, mas que, séculos depois da morte de Jesus, foi imposto aos sacerdotes da igreja católica por razões que não são realmente de ordem teológica). Talvez seja esse sofrimento o que leva diversos padres a se envolver em casos de abuso contra menores. Mas, nas palavras do sr. José Cardoso Sobrinho, “o aborto é um crime mais grave do que a pedofilia”. Então tá.
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P.S.: O arcebispo de Olinda e do Recife não excomungou o padrasto estuprador.

Pôr-do-sol

Foto da Prainha de Santo Antônio (Vitória, ES) no final da tarde.

brouillon brouillard

.....je dense
un jeu danse
.......et dans ce je
.gît le j comme le e
ils sont un
..................et deux
je suis hum-
...................ble et mes reflets
.........................et mes ombres
mes songes me singent
entre le je et le jeu
..............j’y vois peu
.....................je poursuis

sexta-feira, 6 de março de 2009

A religião aceita a democracia?

Hoje de manhã, li no jornal que uma garotinha de 9 anos, estuprada pelo padrasto e grávida de gêmeos, foi submetida a um aborto. O procedimento foi requerido pela mãe da criança, e a menina estava plenamente de acordo. Os motivos são mais do que justos e conformes à lei: a origem criminosa da gestação e as consequências desastrosas que ela teria na vida da pequena mãe, sem contar os altíssimos riscos à sua saúde. No entanto, o arcebispo de Olinda e do Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, quis evitar o aborto, primeiro conversando com a família, depois tentando acionar o Ministério Público, sem se dar ao trabalho de conhecer a lei.
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Felizmente, foi realizada a interrupção da gravidez. A pergunta é a seguinte: quem o sr. José Cardoso Sobrinho pensa que é para intrometer-se em uma questão íntima da vida dos outros? Sua insensibilidade e truculência deveriam chocar todos aqueles que defendem a democracia.
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Evidentemente, as religiões têm todo o direito de se opor ao aborto e fazer propaganda contrária a ele. Têm o direito de dizer que Deus vai mandar para o fogo do inferno todos os ateus, todos os homossexuais, todos os adeptos de outras religiões e seja lá quem for. Mas não têm o direito de interferir dessa forma na vida alheia. Isso se chama desrespeito.
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Caso curioso, recentemente surgiu na Europa, em resposta à propaganda religiosa, uma onda de propaganda ateia, iniciada pela escritora britânica Ariane Sherine. Segue abaixo a foto do anúncio que ela publicou nos ônibus de Londres, que diz o seguinte:
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"Deus provavelmente não existe, então pare de se preocupar e aproveite a sua vida".
O "provavelmente" não constava do texto original, mas foi imposto para não "chocar" os religiosos, que chegaram a alegar que os anunciantes não podiam dizer "Deus não existe" porque não podiam provar isso (!). Essa mensagem bem-humorada foi considerada "ofensiva" por muitas congregações, que solicitaram a retirada do anúncio dos ônibus londrinos. No fundo, eles estão preocupados em defender sua "liberdade religiosa", que é um jeito disfarçado de afirmar que somente eles devem ter liberdade de propagar suas ideias sobre a religião, sem que ninguém mais tenha o direito de criticá-los ou de propor um outro ponto de vista. Mas será que eles esquecem que, num Estado laico, a liberdade de expressão é garantida por lei (para eles, inclusive)? E será que não consideram ofensivo quando representantes da Igreja dizem que homossexualismo é uma degeneração ou que a crença é única base possível para a moralidade?