segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Amadou et Mariam

No intervalo de minha aula de sábado, coloquei um disco de Amadou e Mariam, para que meus alunos tivessem um contato com a música envolvente desse casal maliense cuja história você pode conhecer clicando aqui. Para ter uma ideia do som que eles fazem (e aproveitar para "saborear" o sotaque africano), é só conferir os vídeos abaixo. As letras, como sempre, encontram-se nos comentários.
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Je pense à toi
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Beaux dimanches
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Chantez chantez

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Sénégal Fast-Food
Clique aqui para ver o clipe.
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Já trabalhei em sala algumas dessas canções: Beaux dimanches, com seu vocabulário típico do Mali, ilustrou uma aula sobre a diversidade da língua francesa; Sénégal Fast-Food me permitiu discutir com meus alunos diversas questões relativas à mondialisation (globalização) e, também, levá-los a perceber a maneira como o texto poético, bastante fragmentado, constrói uma narrativa. O clipe, por sua vez, não só ajuda a enteder a história, mas também a completa.
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Mas tanto Chantez chantez quanto Je pense à toi poderiam aparecer em uma aula sobre o imperativo, sobre os pronomes tônicos ou sobre a expressão da restrição em francês.
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P.S.: Como as estrelas de hoje são do Mali, lembrei que em Amssétou, canção de Mathieu Chedid  que mostrei aqui num dia desses, encontramos um jogo de palavras muito bacana: depuis que je suis loin de toi, je fais moins le Malien ("desde que estou longe de você, me faço menos de maliense", numa brincadeira com a expressão faire le malin, "dar uma de esperto").

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Prato "chics": Langue de bœuf en sauce

Muita gente pensa que alguns ingredientes são “chiques” e que outros não são dignos de chegar a mesas mais finas. Vejo pessoas que têm preconceito contra delícias como o músculo bovino e que ficam um pouco chocadas quando descobrem do que é feito meu bœuf bourguignon. Na verdade, para ficarmos no açougue, vamos deixar combinado que não há partes “nobres” e “plebeias” do boi – cada uma tem um uso específico: se você trocar o músculo por filet mignon, na receita mencionada acima, vai se decepcionar. (Aliás, é bom saber que, em francês, o termo filet mignon é, normalmente, usado para carne de porco; o bife de carne vermelha é mais conhecido como filet de bœuf.)
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Mas isso de que eu acabo de falar é, acima de tudo, certo preconceito. Também tem outra coisa que me incomoda, que é a frescura e o medo de experimentar. Assim, algumas pessoas sentem calafrios ao ouvir falar em buchada de bode, mas já comentei aqui sobre minha admiração por esse prato requintado. A dobradinha, por si só, é um espetáculo para quem tem bom paladar, ainda mais preparada dessa forma.
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Hoje, gostaria de escrever uma receita para outro corte muito injustiçado: a língua. Se você contar por aí que aprendeu uma receita de língua com legumes, provavelmente vão te olhar com uma cara de eca. Então diga que vai preparar uma langue de bœuf en sauce escortée de carottes et poireaux émincés (“língua de boi ensopada acompanhada de cenoura e alho-poró cortados em filetes”). Garanto que a receptividade vai ser maior!
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A receita é trabalhosa e vai te ocupar por cerca de duas horas. Além disso, não é propriamente barata e exige um monte de ingredientes. Enfim: Quer coisa melhor? Olha como fica lindo:

Ingredientes para 4 pessoas:
Língua
1 língua de boi de mais de 1 kg
2 folhas de louro
4 cravos
1 pedaço pequeno de canela
1 pedaço de anis-estrelado
2 folhas médias de louro
Grãos de pimenta-do-reino (a gosto)
Sal (pouco)
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Molho
4 tomates médios bem maduros, cortados em cubos
1 cenoura grande ralada
2 cebolas médias picadas
4 dentes de alho
1 bouquet garni com salsa, tomilho e 1 raminho de alecrim
Curry (a gosto, mas com moderação para não sobressair demais)
Pimenta síria (mesmas instruções que para o curry)
Canela em pó ou noz-moscada (uma pitada de levinho)
Maisena
Um pouco de óleo
Salsa picadinha para decorar
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Acompanhamento
Batatas cozidas al dente no vapor
Cenouras cortadas em tiras finas
Alho-poró cortado em fatias finas (pegue bem a parte das folhas, para ter um verde bem vivo)
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Modo de preparo
Tempere todos os legumes de acompanhamento com óleo de oliva e um pouco de sal e leve-os ao forno baixo, em refratários untados com azeite. Dê uma conferida de vez em quando para não deixar nada queimar. As cenouras vão desidratar um pouco, ganhando uma textura levemente crocante e acentuando seu sabor adocicado.
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Lave bem a língua e coloque-a em uma panela de pressão com os temperos. Cubra de água, tampe e deixe na pressão por 15 ou 20 minutos. Ao fim desse tempo, passe tudo pelo escorredor de macarrão (reserve os temperos – você vai colocá-los de volta no molho), deixe esfriar e depois, com uma faca bem afiada, corte a pele grossa que envolve a língua.
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Comece a preparar o molho: na panela de pressão: esquente o óleo e doure as cebolas e o alho. Acrescente os tomates, a cenoura ralada, o bouquet garni e a língua com os temperos do cozimento anterior. NÃO coloque sal. Acrescente água até cobrir, tampe e leve de novo à pressão por mais 10 minutos.
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Ao final desse tempo, recupere a língua e deixe-a esfriando. Passe o caldo no chinois (peneira de metal em forma de cone), apertando bem para extrair o máximo de líquido. (Também dá para passar no liquidificador, lembrando de retirar o bouquet garni antes, e peneirar em seguida.) Descarte a parte sólida peneirada e leve o molho de volta ao fogo (alto), acrescentando o curry, a pimenta síria e a canela. Enquanto isso, corte a língua em escalopes. Quando metade do caldo tiver evaporado, acerte o sal, coloque de volta os pedaços de língua para aquecer e acrescente 1 colher de sopa de maisena dissolvida em água fria, mexendo bem para espalhar. Quando o molho adquirir a consistência desejada, é hora de servir, preferencialmente com um bom vinho tinto.
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P. S.: De outra vez que preparei essa língua, enriqueci o molho com um pouco de cachaça envelhecida em carvalho e servi com polenta – ficou maravilhoso.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Mais algumas coisinhas sobre discours rapporté

Minha última postagem fala sobre discours rapporté, um dos maiores calos no pé de quem estuda e ensina francês, mas não dei grandes indicações sobre como estudar o tema. Para me redimir, escolhi um site bacana que propõe a explicação e depois o exercício:
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Discours rapporté no presente:
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Discours rapporté no passado:


Antes de pôr a mão na massa, é interessante olhar a página página 28 do dossier do Intermediário 1, que dá uma série de verbos usados no discours rapporté, além de indicar as principais construções nele envolvidas. A partir da p. 44, o dossier também conta com um pequeno guia de conjugação verbal. (Esse guia busca levar o aluno a entender o funcionamento das conjugações em francês; em situações de urgência, a melhor solução é http://www.leconjugueur.com/)

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Para que ninguém reclame de falta de informação, seguem umas explicações que eu tirei de um artigo da Wikipédia:
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Transposition du temps des verbes

Si le verbe introducteur est au présent ou au futur, il n'y a aucun changement de temps dans l'énoncé cité :

Il me dit : « Je suis sûr que tu réussiras. » àIl me dit qu'il est sûr que je réussirai.

Si au contraire, le verbe introducteur est au passé (simple, composé ou imparfait), le présent de l'indicatif devient imparfait de l'indicatif, le passé simple ou le passé composé de l'indicatif deviennent plus-que-parfait de l'indicatif et le futur simple devient présent du conditionnel (c'est la « concordance des temps du discours rapporté ») :

Il m'a dit : « Je suis sûr que tu réussiras. » àIl m'a dit qu'il était sûr que je réussirais.

Synthèse :
Il dit: « Tu es en retard. » àIl dit que tu es en retard.
Il dira: « Tu as faim. » àIl dira que tu as faim.
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Il a dit: « Tu lis beaucoup. » àIl a dit que tu lisais beaucoup.
Il a dit: « Tu as reconnu Bill. » àIl a dit que tu avais reconnu Bill.
Il a confirmé: « Tu porteras une superbe robe. » àIl a confirmé que tu porterais une superbe robe.

ATTENTION : l'imparfait, le plus-que-parfait et le conditionnel restent inchangés !
« Il pleuvait. » àIl a dit qu'il pleuvait.
« J'avais commis des erreurs. » àIl a avoué qu'il avait commis des erreurs.
« Je ne ferais pas ça. » àIl a dit qu'il ne ferait pas ça.

Écologie et discours rapporté

Sexta-feira passada, depois de uma bela chuva de ideias, propus a meu grupo de Intermediário I um projeto para encerrar o semestre: a redação de pequenos textos sobre atitudes simples que podemos adotar em nosso cotidiano para ajudar a preservar nosso planeta. Esses textos serão devidamente revisados e farão parte de um site que vamos colocar no ar para expor o trabalho de todos e fazer passar essa mensagem tão importante.
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Como, além do trabalho sobre uma temática precisa, também temos um programa de conteúdos gramaticais a abordar (a retransmissão do discurso de outrem, ou discours rapporté), resolvi juntar os dois numa só proposta. Assim, os textos deveriam discorrer sobre um assunto específico citando ao menos cinco outras pessoas. Para facilitar a tarefa, resolvi desenvolver um tema ligado ao assunto, a fim de que os alunos tivessem uma noção precisa do que eu tinha em mente: um treinamento sobre a concordance des temps, que são as alterações sofridas pelos tempos verbais do texto original quando o verbo introdutor do discours rapporté se encontra no passado. .
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Dá para perceber que o negócio é espinhoso, ainda mais porque exige toda uma revisão dos tempos verbais, além do domínio de conteúdos trabalhados anteriormente (voz passiva, pronomes COD e COI, gérondif e participe présent...). Daí a importância de dar um exemplo. Fiz, portanto, um texto intitulado Résister à la société de consommation, no qual coloco em prática o que quero que meus alunos aprendam. A finalidade pedagógica me levou a forçar um pouquinho a barra  algumas alterações de tempos verbais não eram necessárias e há, evidentemente, um excesso de citações, mas tentei demonstrar algumas estratégias de discurso indireto, que vão da cópia quase direta à paráfrase que busca resumir e facilitar..
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No arquivo em .docx que você pode baixar clicando aqui, você encontrará, à esquerda, meu texto, que contém diversas marcas para chamar a atenção sobre o uso de conteúdos gramaticais trabalhados recentemente em sala de aula: os pronomes COD e COI estão em azul; os gérondifs e participes présents, em verde; os verbos ou expressões que introduzem o discours rapporté, em vermelho; os nomes das pessoas citadas estão em negrito e as citações indiretas, sublinhadas. À direita, você encontrará as frases citadas, com fonte cinza (perceba como alguns textos mais longos ou elaborados foram reformulados de maneira mais simples).

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Mais umas do meu cantor preferido

Em minha aula da última sexta-feira, tratando de um tema um tanto árido (o uso do gérondif e do participe présent, que você pode entender um pouco melhor clicando aqui), resolvi apresentar a meus alunos Le roi des ombres, canção presente em Mister Mystère, último álbum de Mathieu Chedid. 
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Àqueles que estiveram comigo e àqueles que gostam de música, ofereço o clipe dessa música e o de duas outras, na ordem em que elas aparecem no disco. Pode-se perceber a recorrência de alguns personagens e de certas imagens nos clipes. Vale lembrar que Mathieu Chedid criou uma espécie de alter ego, M, que se caracteriza pelas roupas excêntricas e pelo inconfundível penteado. O universo desse personagem caracterizou os três primeiros discos do artista (Le baptême, Je dis aime e Qui de nous deux - álbuns de estúdio, sem contar os ao vivo e os experimentais). 
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Em sua obra mais recente, que apareceu depois de 6 longos anos sem um disco solo com composições inéditas, Mathieu começou uma nova fase, marcada por um progressivo abandono do personagem que ele havia interpretado até então. O penteado esdrúxulo deu lugar a uma peruca, e o preto e branco substituiu os tons mais esfuziantes  encontrados nos clipes anteriores. Nos vídeos abaixo, podemos encontrar alguns passos dessa "libertação". A letra das três canções se encontra nos comentários.
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Est-ce que c’est ça?
Le roi des ombres
Amssétou

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

ACABOU A CAMPANHA

Acabou a campanha eleitoral. O Brasil elegeu sua primeira presidenta e acredito que teremos pela frente um horizonte melhor do que teríamos com a dupla PSDB/DEM. Em outras palavras, estou contente com o resultado! Não que vá me limitar a defender Dilma. Pelo contrário: passado esse momento, cabe a todos nós exercer nossa vigilância e nossa crítica, sem deixar de perceber os limites da ação dos poderes constituídos: parte importante da democracia se faz fora das urnas, pela ação dos cidadãos. Mas, nesse momento, vou comemorar um pouco, com licença.
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Em 2002, após a onda de pânico que o horário eleitoral dos tucanos tentou disseminar, simbolizada pelo célebre vídeo de Regina Duarte, a frase que resumiu a vitória de Lula foi A ESPERANÇA VENCEU O MEDO.
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Oito anos depois, com a campanha de Serra tendo sido manchada pelo ódio de setores religiosos fundamentalistas, por uma boataria sem nome (com a esposa do candidato do PSDB indo a igrejas dizer que Dilma "manda matar criancinhas"), pela atuação de uma imprensa que tentou como nunca manipular o público, acho que podemos cunhar uma nova frase: A VERDADE VENCEU A MENTIRA.
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Desculpem-me pelo entusiasmo mas, para mim, é um momento de alegria. Grande abraço.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

DENÚNCIA: PSDB arma nova farsa!

Não deixem de divulgar: a filósofa e professora da USP Marilena Chaui alerta sobre notícias de que o PSDB prepara um atentado para o comício do candidato José Serra do dia 29 de outubro. Militantes tucanos vestiriam camisetas do PT e iniciariam uma pancadaria generalizada, com o objetivo de culpar a candidatura de Dilma Rousseff pelo episódio. Não custa lembrar que Fernando Collor usou essa estratégia em 1989...
Confiram o vídeo:
Esperamos que a ampla divulgação dessa notícia leve os mentores desse golpe sujo a desistir da ideia.

sábado, 23 de outubro de 2010

Pra encerrar a questão da bolinha de papel

Zé Erra e a Rede Bobo continuaram o teatro infame em cima da bolinha de papel, mas vamos pôr um ponto final à questão com esse vídeo:


Se você, como eu, fica enojado com a apelação desse pessoal que não tem proposta para apresentar e quer levar a campanha eleitoral a um nível nunca visto de baixaria e apelação, vá à forra com esse joguinho que tá bombando na web:

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Serra e a bolinha de papel

Pra você se divertir um pouco com mais uma piada do PSDB. Observem atentamente o "objeto pesado de cerca de dois quilos" que atingiu a cabeça do Serra. Reparem na expressão de dor do Vampirão na hora em que aquela imensa bolinha de papel quica na careca dele. Ah!, é verdade... ele nem percebeu. Mas, em se tratando do Erra, normal que ele tenha tido um efeito retardado! Não sei o que é mais engraçado: o Ferra ou o médico (que por sinal trabalhou para o governo FHC), que nem sabia dizer onde a bolinha tinha batido. Francamente, que papelzinho, digo, papelão... Confira o vídeo:

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Desculpe, Marina, mas eu estou de mal (texto de Maurício Abdalla)

Marina, há os que a conhecem de agora, como candidata aplaudida pelos mass media. Esses podem estar de bem com você. Mas há os que a conhecem como a militante cristã, engajada nas causas sociais que os que hoje a paparicam jamais tiveram sequer conhecimento – ou, de qualquer forma, com elas nunca se importaram. Há os que também a conhecem como a doce e ferina oposição ao Governo do PSDB em seu mandato como senadora. Esses, Marina, como eu, estão de mal.
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Neutra, Marina? Neutros ficamos diante de questões que nos são indiferentes. É-lhe indiferente o futuro do nosso país? Custa-me crer, pois sua história um dia a posicionou. Posicionou-a, inclusive, ao lado de Lula. Não acredito que para você tanto faça a continuidade do atual Governo ou o retorno dos tucanos. Sabe por que, Marina? Porque não “tanto fez” para você durante os 5 anos e meio em que esteve no Governo. Ou você também ficaria tanto tempo como ministra de um Governo do PSDB/DEM? Ou se o governo Lula fosse igual ao do FHC? Alguma diferença havia de ter, não é verdade? Caso contrário, suas motivações passariam a ser um tanto quanto paradoxais.
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Em que pese às decepções que tivemos, Marina, não nos é indiferente – a nós que pensamos nos pobres e na justiça social – o fato de 30 milhões de pessoas terem, hoje, o que comer. Não podemos dizer que tanto faz um salário mínimo de R$ 300,00 ou de R$ 510,00. Que mais 15 milhões de pessoas tenham emprego, em contraste com o presidente anterior que cunhou o termo “inempregáveis” como resposta ao desemprego, é fato que não pode deixar de tocar-nos o coração.
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É diferente, Marina, tratar os presidentes de outros países, quando são índios, mestiços e ligados aos movimentos sociais, como legítimos mandatários ou tratá-los como ralé que deveria submeter-se aos EUA e ao sub-imperialismo de nosso país gigante.
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Temos severas críticas ao Governo Lula, mas nenhuma delas se assemelha às críticas das elites e de seus meios de comunicação. Nenhuma delas pode ser superada por alguma proposta do Serra. Ao contrário, o retorno do PSDB/DEM apenas aumentará as nossas bandeiras de oposição.
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Em situações como esta, a neutralidade é um péssimo exemplo para os jovens. Ainda espero que você se posicione. Ainda aguardo que você volte a ser a Marina, de família de seringueiros, cristã, militante, sindicalista e Silva. E que repita para essa juventude que não conheceu o governo do PSDB/DEM tudo aquilo que você já disse sobre ele no senado.
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Ainda espero. Pois eu, ao contrário de Caymmi – e, em certo sentido, ao contrário também de você que ainda rumina uma mágoa mal digerida do Governo – “quando me zango, Marina, eu sei perdoar”.
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(Maurício Abdalla é professor do Departamento de Filosofia da UFES)

Manifesto em Defesa da Educação Pública (texto recebido por e-mail)

Caros,
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Professores universitários escreveram este manifesto a respeito das eleicoes. Estamos colhendo assinaturas. Aqueles que concordarem com seus termos, podem mandar seu nome e universidade para mim. Ele deve ser assinado apenas por professores universitários. Aqueles que nao concordarem com seus termos, bem, isto demonstra como a amizade é algo que ignora fronteiras.
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Um grande abraco,
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Vladimir
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E-mail para os professores assinarem: vsafatle@yahoo.com
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Nós, professores universitários, consideramos um retrocesso as propostas e os métodos políticos da candidatura Serra. Seu histórico como governante preocupa todos que acreditam que os rumos do sistema educacional e a defesa de princípios democráticos são vitais ao futuro do país.
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Sob seu governo, a Universidade de São Paulo foi invadida por policiais armados com metralhadoras, atirando bombas de gás lacrimogêneo. Em seu primeiro ato como governador, assinou decretos que revogavam a relativa autonomia financeira e administrativa das Universidades estaduais paulistas. Os salários dos professores da USP, Unicamp e Unesp vêm sendo sistematicamente achatados, mesmo com os recordes na arrecadação de impostos. Numa inversão da situação vigente nas últimas décadas, eles se encontram hoje em patamares menores que a remuneração dos docentes das Universidades federais.
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Esse “choque de gestão” é ainda mais drástico no âmbito do ensino fundamental e médio, convergindo para uma política sistemática de sucateamento da rede pública. São Paulo foi o único Estado que não apresentou, desde 2007, crescimento no exame do Ideb, índice que avalia o aprendizado desses dois níveis educacionais.
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Os salários da rede pública no Estado mais rico da federação são menores que os de Tocantins, Roraima, Rio de Janeiro,Mato Grosso, Espírito Santo, Acre, entre outros. Somada aos contratos precários e às condições aviltantes de trabalho, a baixa remuneração tende a expelir desse sistema educacional os professores mais qualificados. Diante das reivindicações por melhores condições de trabalho, Serra costuma afirmar que não passam de manifestação de interesses corporativos e sindicais, de “tró-ló-ló” de grupos políticos que querem desestabilizá-lo. Assim, além de evitar a discussão acerca do conteúdo das reivindicações, desqualifica movimentos organizados da sociedade civil, quando não os recebe com cassetetes.
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Serra escolheu como Secretário da Educação Paulo Renato, ministro nos oito anos do governo FHC. Neste período, nenhuma Escola Técnica Federal foi construída e as existentes arruinaram-se. As universidades públicas federais foram sucateadas ao ponto em que faltou dinheiro até mesmo para pagar as contas de luz, como foi o caso na UFRJ. A proibição de novas contratações gerou um déficit de 7.000 professores. Em contrapartida, sua gestão incentivou a proliferação sem critérios de universidades privadas. Já na Secretaria da Educação de São Paulo, Paulo Renato transferiu, via terceirização, para grandes empresas educacionais privadas a organização dos currículos escolares, o fornecimento de material didático e a formação continuada de professores. O Brasil não pode correr o risco de ter seu sistema educacional dirigido por interesses econômicos privados.
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No comando do governo federal, o PSDB inaugurou o cargo de “engavetador geral da república”. Em São Paulo, nos últimos anos, barrou mais de setenta pedidos de CPIs, abafando casos notórios de corrupção que estão sendo julgados em tribunais internacionais. Seu atual candidato à presidência não hesita em tentar explicitamente interferir no sistema judiciário e em controlar a produção da informação. Destrata jornalistas que lhe dirigem perguntas embaraçosas, enquanto a TV Cultura demite profissionais que realizaram reportagem sobre pedágios.
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Sua campanha promove uma deseducação política ao imitar práticas da extrema direita norte-americana em que uma orquestração de boatos dissemina a difamação manipulando dogmas religiosos. A celebração bonapartista de sua pessoa, em detrimento das forças políticas, só encontram paralelo na campanha de 1989, de Fernando Collor.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Serra mil caras

Ótima paródia da campanha do Serra:


Se você recebeu essa informação por e-mail, acesse o vídeo no YouTube clicando aqui.

Dez falsos motivos para não votar na Dilma - texto de Jorge Furtado*, cineasta

Tenho alguns amigos que não pretendem votar na Dilma, um ou outro até diz que vai votar no Serra. Espero que sigam sendo meus amigos. Política, como ensina André Comte-Sponville, supõe conflitos: “A política nos reúne nos opondo: ela nos opõe sobre a melhor maneira de nos reunir”.

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Leio diariamente o noticiário político e ainda não encontrei bons argumentos para votar no Serra, uma candidatura que cada vez mais assume seu caráter conservador. Serra representa o grupo político que governou o Brasil antes do Lula, com desempenho, sob qualquer critério, muito inferior ao do governo petista. A comparação chega a ser enfadonha e vai lá para o pé da página. Quem quiser que leia. (1)
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Ouvi alguns argumentos razoáveis para votar em Marina, como incluir a sustentabilidade na agenda do desenvolvimento. Marina foi ministra do Lula por sete anos e parece ser uma boa pessoa, uma batalhadora das causas ambientalistas. Tem, no entanto (na minha opinião) o inconveniente de fazer parte de uma igreja bastante rígida, o que me faz temer sobre a capacidade que teria um eventual governo comandado por ela de avançar em questões fundamentais como os direitos dos homossexuais, a descriminalização do aborto ou as pesquisas envolvendo as células tronco.
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Ouço e leio alguns argumentos para não votar em Dilma, argumentos que me parecem inconsistentes, distorcidos, precários ou simplesmente falsos. Passo a analisar os dez mais freqüentes:
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1. “Alternância no poder é bom”.
Falso. O sentido da democracia não é a alternância no poder e sim a escolha, pela maioria, da melhor proposta de governo, levando-se em conta o conhecimento que o eleitor tem dos candidatos e seus grupo políticos, o que dizem pretender fazer e, principalmente, o que fizeram quando exerceram o poder. Ninguém pode defender seriamente a idéia de que seria boa a alternância entre a recessão e o desenvolvimento, entre o desemprego e a geração de empregos, entre o arrocho salarial e o aumento do poder aquisitivo da população, entre a distribuição e a concentração da riqueza. Se a alternância no poder fosse um valor em si não precisaria haver eleição e muito menos deveria haver a possibilidade de reeleição.
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2. “Não há mais diferença entre direita e esquerda”.
Falso. Esquerda e direita são posições relativas, não absolutas. A esquerda é, desde a sua origem, a posição política que tem por objetivo a diminuição das desigualdades sociais, a distribuição da riqueza, a inserção social dos desfavorecidos. As conquistas necessárias para se atingir estes objetivos mudam com o tempo. Hoje, ser de esquerda significa defender o fortalecimento do estado como garantidor do bem-estar social, regulador do mercado, promotor do desenvolvimento e da distribuição de riqueza, tudo isso numa sociedade democrática com plena liberdade de expressão e ampla defesa das minorias. O complexo (e confuso) sistema político brasileiro exige que os vários partidos se reúnam em coligações que lhes garantam maioria parlamentar, sem a qual o país se torna ingovernável. A candidatura de Dilma tem o apoio de políticos que jamais poderiam ser chamados de “esquerdistas”, como Sarney, Collor ou Renan Calheiros, lideranças regionais que se abrigam principalmente no PMDB, partido de espectro ideológico muito amplo. José Serra tem o apoio majoritário da direita e da extrema-direita reunida no DEM (2), da “direita” do PMDB, além do PTB, PPS e outros pequenos partidos de direita: Roberto Jefferson, Jorge Borhausen, ACM Netto, Orestes Quércia, Heráclito Fortes, Roberto Freire, Demóstenes Torres, Álvaro Dias, Arthur Virgílio, Agripino Maia, Joaquim Roriz, Marconi Pirilo, Ronaldo Caiado, Katia Abreu, André Pucinelli, são todos de direita e todos serristas, isso para não falar no folclórico Índio da Costa, vice de Serra. Comparado com Agripino Maia ou Jorge Borhausen, José Sarney é Che Guevara.
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3. “Dilma não é simpática”(?).
Argumento precário e totalmente subjetivo. Precário porque a simpatia não é, ou não deveria ser, um atributo fundamental para o bom governante. Subjetivo, porque o quesito “simpatia” depende totalmente do gosto do freguês. Na minha opinião, por exemplo, é difícil encontrar alguém na vida pública que seja mais antipático que José Serra, embora ele talvez tenha sido um bom governante de seu estado. Sua arrogância com quem lhe faz críticas, seu destempero e prepotência com jornalistas, especialmente com as mulheres, chega a ser revoltante.
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4. “Dilma não tem experiência”.
Argumento inconsistente. Dilma foi secretária de estado, foi ministra de Minas e Energia e da Casa Civil, fez parte do conselho da Petrobras, gerenciou com eficiência os gigantescos investimentos do PAC, dos programas de habitação popular e eletrificação rural. Dilma tem muito mais experiência administrativa, por exemplo, do que tinha o Lula, que só tinha sido parlamentar, nunca tinha administrado um orçamento, e está fazendo um bom governo.
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5. “Dilma foi terrorista” (foi contra os assassinos).
Argumento em parte falso, em parte distorcido. Falso, porque não há qualquer prova de que Dilma tenha tomado parte de ações “terroristas”. Distorcido, porque é fato que Dilma fez parte de grupos de resistência à ditadura militar, do que deve se orgulhar, e que este grupo praticou ações armadas, o que pode (ou não) ser condenável. José Serra também fez parte de um grupo de resistência à ditadura, a AP (Ação Popular), que também praticou ações armadas, das quais Serra não tomou parte. Muitos jovens que participaram de grupos de resistência à ditadura hoje participam da vida democrática como candidatos. Alguns, como Fernando Gabeira, participaram ativamente de seqüestros, assaltos a banco e ações armadas. A luta daqueles jovens, mesmo que por meios discutíveis, ajudou a restabelecer a democracia no país e deveria ser motivo de orgulho, não de vergonha.
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6. “As coisas boas do governo petista começaram no governo tucano” (mentira).
Falso. Todo governo herda políticas e programas do governo anterior, políticas que pode manter, transformar, ampliar, reduzir ou encerrar. O governo FHC herdou do governo Itamar o real, o programa dos genéricos, o FAT, o programa de combate a AIDS. Teve o mérito de manter e aperfeiçoá-los, desenvolvê-los, ampliá-los. O governo Lula herdou do governo FHC, por exemplo, vários programas de assistência social. Teve o mérito de unificá-los e ampliá-los, criando o Bolsa Família. De qualquer maneira, os resultados do governo Lula são tão superiores aos do governo FHC que o debate “quem começou o quê” torna-se irrelevante.
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7. “Serra vai moralizar a política” (ridículo).
Argumento inconsistente. Nos oito anos de governo tucano-pefelista - no qual José Serra ocupou papel de destaque, sendo escolhido para suceder FHC - foram inúmeros os casos de corrupção, um deles no próprio Ministério da Saúde, comandado por Serra, o superfaturamento de ambulâncias investigado pela “Operação Sanguessuga”. Se considerarmos o volume de dinheiro público desviado para destinos nebulosos e paraísos fiscais nas privatizações e o auxílio luxuoso aos banqueiros falidos, o governo tucano talvez tenha sido o mais corrupto da história do país. Ao contrário do que aconteceu no governo Lula, a corrupção no governo FHC não foi investigada por nenhuma CPI, todas sepultadas pela maioria parlamentar da coligação PSDB-PFL. O procurador da república ficou conhecido com “engavetador da república”, tal a quantidade de investigações criminais que morreram em suas mãos. O esquema de financiamento eleitoral batizado de “mensalão” foi criado pelo presidente nacional do PSDB, senador Eduardo Azeredo, hoje réu em processo criminal. O governador José Roberto Arruda, do DEM, era o principal candidato ao posto de vice-presidente na chapa de Serra, até ser preso por corrupção no “mensalão do DEM”. Roberto Jefferson, réu confesso do mensalão petista, hoje apóia José Serra. Todos estes fatos, incontestáveis, não indicam que um eventual governo Serra poderia ser mais eficiente no combate à corrupção do que seria um governo Dilma, ao contrário.
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8. “O PT apóia as FARC” (mais ridículo ainda).
Argumento falso. É fato que, no passado, as FARC ensaiaram uma tentativa de institucionalização e buscaram aproximação com o PT, então na oposição, e também com o governo brasileiro, através de contatos com o líder do governo tucano, Arthur Virgílio. Estes contatos foram rompidos com a radicalização da guerrilha na Colômbia e nunca foram retomados, a não ser nos delírios da imprensa de extrema-direita. A relação entre o governo brasileiro e os governos estabelecidos de vários países deve estar acima de divergências ideológicas, num princípio básico da diplomacia, o da auto-determinação dos povos. Não há notícias, por exemplo, de capitalistas brasileiros que defendam o rompimento das relações com a China, um dos nossos maiores parceiros comerciais, por se tratar de uma ditadura. Ou alguém acha que a China é um país democrático?
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9. “O PT censura a imprensa” (mentira, a imprensa que o censura).
Argumento falso. Em seus oito anos de governo o presidente Lula enfrentou a oposição feroz e constante dos principais veículos da antiga imprensa. Esta oposição foi explicitada pela presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ) que declarou que seus filiados assumiram “a posição oposicionista (sic) deste país”. Não há registro de um único caso de censura à imprensa por parte do governo Lula. O que há, frequentemente, é a queixa dos órgãos de imprensa sobre tentativas da sociedade e do governo, a exemplo do que acontece em todos os países democráticos do mundo, de regulamentar a atividade da mídia.
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10. “Os jornais, a televisão e as revistas falam muito mal da Dilma e muito bem do Serra”.
Isso é verdade. E mais um bom motivo para votar nela e não nele.
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FATOS MUITO IMPORTANTES:
(1) Alguns dados comparativos dos governos FHC e Lula.
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Geração de empregos:
FHC/Serra = 780 mil x Lula/Dilma = 12 milhões
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Salário mínimo:
FHC/Serra = 64 dólares x Lula/Dilma = 290 dólares
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Mobilidade social (brasileiros que deixaram a linha da pobreza):
FHC/Serra = 2 milhões x Lula/Dilma = 27 milhões
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Risco Brasil:
FHC/Serra = 2.700 pontos x Lula/Dilma = 200 pontos
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Dólar:
FHC/Serra = R$ 3,00 x Lula/Dilma = R$ 1,78
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Reservas cambiais:
FHC/Serra = 185 bilhões de dólares negativos x Lula/Dilma = 239 bilhões de dólares positivos.
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Relação crédito/PIB:
FHC/Serra = 14% x Lula/Dilma = 34%
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Produção de automóveis:
FHC/Serra = queda de 20% x Lula/Dilma = aumento de 30%
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Taxa de juros:
FHC/Serra = 27% x Lula/Dilma = 10,75%
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(2) Elio Gaspari, na Folha de S.Paulo de 25.07.10:
José Serra começou sua campanha dizendo: "Não aceito o raciocínio do nós contra eles", e em apenas dois meses viu-se lançado pelo seu colega de chapa numa discussão em torno das ligações do PT com as Farc e o narcotráfico. Caso típico de rabo que abanou o cachorro. O destempero de Indio da Costa tem método. Se Tupã ajudar Serra a vencer a eleição, o DEM volta ao poder. Se prejudicar, ajudando Dilma Rousseff, o PSDB sairá da campanha com a identidade estilhaçada. Já o DEM, que entrou na disputa com o cocar do seu mensalão, sairá brandindo o tacape do conservadorismo feroz que renasceu em diversos países, sobretudo nos Estados Unidos.
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*Um dos mais respeitados cineastas brasileiros, Jorge Alberto Furtado, 51 anos, trabalhou como repórter, apresentador, editor, roteirista e produtor. Já realizou mais de 30 trabalhos como roteirista/diretor e recebeu 13 premiações dentre os quais, o Prêmio Cinema Brasil, em 2003, de melhor diretor e de melhor roteiro original do longa O homem que copiava.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Le monde selon Brasilia

Grande reportagem francesa sobre o Brasil (sem legendas, désolé, mas é bastante fácil de entender):
Infelizmente, não deu para incorporar aqui no blog, mas não deixe de ver: é uma excelente oportunidade de praticar o francês e de ter uma visão diferente de nosso país.

Jornalismo imparcial

Para ninguém falar que eu esqueci de mostrar o jornalismo "imparcial" da Folha de São Paulo...

Essa dispensa comentários! Mas vou fazer um: se você quiser conhecer melhor o Vampirão, sua postura sempre "democrática", confira os vídeos relacionados.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

A história das coisas

Pense nisso antes de comprar uma bugiganga de plástico que não vai servir para nada mas que é "baratinha".

Veja que vergonha!

Esta campanha eleitoral tem sido marcada por um absurdo terrorismo religioso que visa simplesmente a favorecer o candidato tucano. Trata-se, de fato, de um grande retrocesso em matéria de debate político, como bem indica um artigo no site do UOL que você confere clicando aqui. Na verdade, as posições de Serra e Dilma sobre o aborto são semelhantes (aliás, esse é um dos pouquíssimos pontos positivos do Vampirão, se não o único). Veja os vídeos abaixo:
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Fala de Dilma a respeito da campanha feita contra ela na Internet 
Padre Léo em discurso bem católico contra José Serra
Percebemos que os dois candidatos assumiram posturas visivelmente populistas de ocultar suas reais posições sobre o aborto, a fim de não perder votos. Isso é compreensível no processo eleitoral, ainda mais num país onde a população, extrememante religiosa, ainda não tem maturidade para discutir essa questão à luz da concepção de um Estado laico, sem simplificar, com as bitolas de um moralismo estreito, o drama humano que o aborto representa.
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Na famosa entrevista à IstoÉ, de onde saiu uma das frases da capa da revista, Dilma explica bem sua posição: pessoalmente, ela é contra o aborto, e por sinal ninguém é "a favor", mas trata-se de uma questão de saúde pública que não pode ser abordada sob um prisma religioso. Não adianta ficar com hipocrisia e deixar um monte de mulher pobre fazendo o procedimento com açougueiros assassinos. Claro que a Veja tirou a frase de seu contexto para fazê-la significar outra coisa! Ainda com relação a isso, tentei achar no YouTube um vídeo que mostrasse a fala da ex-ministra sem criar mal-entendidos propositais e sem demonizar a candidata, mas não encontrei!
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Desse modo, notamos que os dois candidatos têm, basicamente, a mesma opinião sobre esse tema (isso não quer dizer que eles sejam equivalentes, há muito mais diferenças do que semelhanças entre eles) e adotaram o mesmo discurso simplificador para ganhar votos. As perguntas que ficam no ar são as seguintes:
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1) Como é que a campanha do Serra tem a cara de pau de criar uma celeuma em torno disso?
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2) Por que a revista Veja, com seu jornalismo tão "sóbrio" e "objetivo", só mostra a suposta "contradição" da Dilma? (Por favor, perceba que as aspas são irônicas. E só para ninguém esquecer: voto Dilma!)
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Em tempo: diferentemente do que está na imagem, escreve-se "descriminalização", com e. 

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Vivre en 2010

Tu t'aperçois que tu vis en 2010 quand :
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1. Par accident, tu tapes ton mot de passe sur le micro-onde ;
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2. Ça  fait des années que t'as pas joué au solitaire avec des vraies cartes ;
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3. T'as une liste de 15 numéros de téléphone pour joindre une famille composée de 3 personnes ;
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4. T'envoies un mail à ton collègue qui a le bureau juste à côté du tien ;
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5. Toutes les pubs télé ont une adresse Web en bas de l'écran ;
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6. Tu paniques si tu sors de chez toi sans portable et tu fais demi-tour pour le prendre ;
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7. Tu te lèves le matin et la première chose que tu fais c'est d'allumer ton ordinateur avant même de prendre ton café ;
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8. T'es en train de lire ce texte et tu acquiesces et souris ;
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10. Encore pire, tu sais déjà à qui tu vas renvoyer ce message ;
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11. T'es trop occupé pour t'apercevoir qu'il n'y a pas de numéro 9 dans cette liste ;
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12. A l'instant, tu viens de re-parcourir le message pour vérifier qu'il n'y avait pas de numéro 9 dans la liste...
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ALORS, SUIS CE CONSEIL : Lorsque tu es au bord de la dépression,que vraiment plus rien ne va comme tu le voudrais au travail, fais ceci : en sortant du travail arrête-toi à la pharmacie, achète un thermomètre rectal Johnson & Johnson (seulement cette marque-là) ; ouvre la boîte du thermomètre rectal et lis les instructions. Tu trouveras cette phrase quelque part :
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Chaque thermomètre rectal Johnson & Johnson a été testé personnellement à notre usine.
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Alors, maintenant, ferme les yeux et répète 5 fois à voix haute :
 - Je suis heureux[se] de ne pas travailler au contrôle de la qualité chez Johnson & Johnson.
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ET VOILÀ, ÇA Y EST, TU RIGOLES...
Allez, renvoie ceci à tes amies, t'en meurs d'envie !!! Et rappelle-toi toujours qu'il y a des jobs plus...  merdiques que le tien.