Esse vídeo é simplesmente sensacional, engraçado e muito interessante para uso em sala de aula, seja para tratar de pontos como o uso dos apóstrofos na representação da pronúncia corrente, seja para mostrar vocabulário informal, seja para lançar uma discussão sobre as relações entre culturas diferentes.
Deixo a vocês o prazer da descoberta:
Como o som está um pouco baixinho em alguns pontos, segue a transcrição:
Cinq heures du matin, j'me lève, elle dort!
J'me brosse les dents, je déjeune, j'me rebrosse les dents, elle dort
toujours !
Il est sept heures, je pars courir. Une crotte, deux crottes, trois
crottes. J'pense qu’en France y’a des crottes partout.
Je rentre, elle se réveille.
Je la regarde, elle me regarde, je la regarde, elle me regarde
Elle fait son café, je prends une tasse, c’est déguelasse !
Midi, on part fairedes courses. On va dans le rayon alcool, elle prend que de la bière, elle
en prend une, puis deux, puis trois.
Elle prend un fromage, et un autre, et encore un autre ! Je les
sens, ça pue !
Bref, elle est française !
On sort, elle fait des photos : crottes de chiens, pigeons, lampadaires,
bref tout y passe.
A la maison, j’allume la télé, je zappe, y’a Bob Marley. Elle me dit :
« C’est qui celui là ? » En fait, je pense qu’en Chine ils connaissent rien.
Le soir j’invite des amis, on boit de la bière, elle goûte, quinze
minutes plus tard elle est bourrée
Elle préfère son eau chaude, son thé, ses baguettes, son riz.
Bref, elle est Chinoise !
Para quem se interessar em aprofundar o assunto, tenho um texto dedicado ao uso dos apóstrofos em francês:
Faz tempo que não coloco nada de novo no blog, por "culpa" do mestrado que tem tomado todo o meu tempo livre. Dentro de alguns meses, quando tiver terminado de redigir minha dissertação, voltarei com novidades. Claro que posso acabar postando algo antes disso, mas não dá para prometer.
Por enquanto, em função dessas limitações, vou me contentar em passar a vocês uma indicação de um blog novo, feito por minha linda esposa, uma francesa que está vivenciando a descoberta da cultura brasileira e faz uma ponte entre os dois lados do Atlântico: http://correspondancestransatlantiques.blogspot.com.br/
Hoje, às 17h, fui ao meu querido Cine Metrópolis assistir "Faça-me feliz" (Fais-moi plaisir). A partir de sexta-feira, o filme vai passar às 16h e às 20h40. Quem me conhece sabe como gosto de comédias francesas, e essa parece bem divertida. Lá do outro lado do Atlântico, a produção estreou em 2009, mas só agora deu as caras em terras capixabas, como costuma acontecer. Para quem tiver curiosidade, segue abaixo o trailer (infelizmente, sem legendas). Na verdade, o trailer só vai até 1min30, depois tem uns trechos do filme meio embolados.
Amanhã, por sinal, estreia no mesmo Cine Metrópolis outro longa da terra de François Ozon: "Românticos anônimos" (Les émotifs anonymes), que estreou por lá no fim de 2010 e também me interessou bastante, tanto que vou vê-lo no fim de semana. Horários de exibição: 17h40 e 19h10. Tem cara de comédia romântica, mas o trailer passa a ideia de que o lado "comédia" não é engolido pelo lado "romântica". Confira abaixo – dessa vez, com legendas:
P.S.: Sim, sou formado em Letras–Português e não só falo como também escrevo "assistir o filme" em vez de "assistir ao filme". Já expliquei por que muito tempo atrás: se quiser saber meu motivo de usar a regência "errada", clique aqui.
Recebi por e-mail um link simplesmente fantástico: nele, dá para visitar virtualmente alguns lugares interessantes, com vista de 360º. Clique em visite virtuelle e divirta-se: http://www.groupe-regards.com/
Consultando a biografia de Mathieu Chedid na Wikipédia, vi que ele gravou muitas músicas que não estão em seus discos. Então, percorri o YouTube atrás dessas canções, que vou postar aos poucos. Mas uma delas me chamou atenção como professor e achei que seria bacana colocá-la à disposição de meus colegas que ensinam o francês ou dos interessados em aprender o idioma que visitam o blog. Trata-se de Je vends des robes. Não é uma obra do meu cantor preferido, mas uma reprise (em francês, é assim que se diz quando alguém faz uma nova versão de uma música – o que nós chamamos de "reprise" pode se dizer reprise ou rediffusion).
O que há de interessante nessa composição? A primeira estrofe contém diversos nomes de roupas que poderiam ser bons para um daqueles exercícios de compreensão oral em que se deve preencher as lacunas do texto – para turmas que estão aprendendo esse vocabulário, pode ser legal como atividade para encerrar uma aula. O resto da letra é complicado para esses alunos (normalmente, iniciantes) e pode ser deixado de lado, pois o professor não é obrigado a explicar tudo e o aluno pode voltar ao texto mais tarde. Em sala de aula, faz-se uma atividade somente com essa parte da canção e o resto fica só para escutar mesmo. Quem quiser o resto da letra, corre atrás no Google.
O mesmo tipo de exercício pode ser feito com outras partes da música, na qual há trechos com o vocabulário da agricultura e da descrição de características físicas, por exemplo. A meu ver, é importante que o professor escolha somente uma temática e faça a exploração pedagógica da compreensão oral de modo rápido e objetivo, evitando passar muito tempo "dissecando" a gramática e o léxico, explicando tudo. O lance é curtir a música, a pedagogia é incidental.
Existe também uma outra brincadeira possível, destinada apenas ao treinamento fonético: há trechos em que o autor faz longas enumerações, em versos com rimas internas. Os alunos podem se divertir cantando junto para treinar, por exemplo, a pronúncia de sons nasais (des moutons, des cochons, des oignons, des lampions / des voisins, des machins, des raisins, des pépins) ou a diferença entre /u/ e /y/ (des babouches, des cartouches, des autruches, des baudruches). O principal é deixar claro que o objetivo da atividade é o treino da pronúncia (e, eventualmente, o aprendizado de sua relação com a ortografia) e não a compreensão do vocabulário, cuja explicação tomaria muito tempo e deixaria tudo muito entediante – quem tiver curiosidade que consulte o dicionário em casa.
Espero ter ajudado algum colega ou aluno a encontrar uma fonte interessante para o aprendizado. Segue abaixo o vídeo. A letra está nos comentários.